Pelo menos 49,2kg de lixo foram retirados das praias da Guarita e de Itapeva, em Torres, no Litoral Norte, na manhã de domingo (16). A ação, que envolveu cerca de 100 voluntários, faz parte das comemorações do Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias, celebrado em mais de 100 países.
Esta é a quinta edição do evento, organizado pelo Projeto Praia Limpa Torres e pelo Grupo de Estudos de Mamíferos Aquáticos do Rio Grande do Sul (Gemars), em parceria com a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs). A divisão de Porto Alegre da organização não-governamental (ONG) Greenpeace também esteve presente.
Ao todo, foram recolhidos 5.173 itens. Os cinco tipos de lixo mais retirados foram:
- pedaços de plástico (1.489)
- bitucas de cigarro (1.020)
- embalagens de alumínio (608)
- pedaços de vidro (279)
- canudinhos (218)
Neste ano, os dados coletados pelos voluntários serão integrados às estatísticas mundiais de lixo nas praias, compiladas pela Ocean Conservancy, ONG americana parceira da Organização das Nações Unidas (ONU).
O empresário e coordenador do Projeto Praia Limpa, Alexis Sanson, 46 anos, explica que, nos anos anteriores, a proposta da ação era discutir sobre a reciclagem dos materiais. Hoje, o objetivo é outro: repensar a utilização de certos materiais, principalmente do plástico.
— O plástico é o grande vilão. São pedaços de embalagens, tampinhas, canudos. No final da alta temporada, esse tipo de lixo prolifera na beira do mar — diz Sanson, que passou a se importar com a causa ambiental quando se mudou de Porto Alegre para Torres, há 15 anos.
Como explica o ambientalista e presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Francisco Milanez, o plástico demora, em média, 500 anos para se decompor, dependendo do tamanho e de onde ele está. O material transforma-se em pedaços minúsculos, chamados de micro-plásticos, que são acidentalmente ingeridos por animais marinhos, os asfixiando e os matando.
— Muitos materiais feitos de plástico são descartáveis, como copos e canudinhos, por exemplo. Tudo que já é descartável já é uma bobagem. Nem as crianças precisam tomar bebidas no canudinho, podem usar colheres ou tomar em um copo — alerta Milanez.
