A mulher de 36 anos que dirigia um carro e envolveu-se em um acidente que resultou na morte do seu filho, de quatro anos, na RS-239, em Nova Hartz, no Vale do Sinos, será indiciada por homicídio culposo de trânsito, com o agravante da direção sob efeito de álcool.
O delegado Fernando Branco, responsável pela investigação, entende que o fato de ela se recusar a fazer o teste do etilômetro levou a polícia a tomar esta decisão. Ouvida na delegacia, a mulher afirmou que retornava de um compromisso em Taquara, mas não deu detalhes de onde estava.
As duas crianças estavam no carro sem cadeirinhas. Outro filho dela, de nove anos, ficou gravemente ferido e passou nove dias internado no Hospital de Pronto Socorro (HPS). Nesta segunda-feira (1º), ele recebeu alta. Branco não considera que a mulher possa ser enquadrada com a "intenção de matar".
— Acho que não é questão de dolo: qualquer mãe que pensasse que o filho poderia morrer não faria isso. Antigamente, se adotava este entendimento porque a pena do homicídio culposo era muito baixa, mas houve alterações no Código de Trânsito Brasileiro e considero a pena razoável — afirma Branco.
Em eventual condenação, a pena varia de cinco a oito anos de prisão. O indiciamento deve ser entregue até sexta-feira (5) ao Poder Judiciário. O Ministério Público ainda deve se manifestar sobre o caso, assim como a Justiça poderá aceitar, ou não, o entendimento da acusação.
A mulher não possui antecedentes criminais ou casos semelhantes de embriaguez ao volante, segundo a polícia. GaúchaZH tenta contato com a defesa da mulher. Os nomes não foram divulgados pela Polícia Civil.
O acidente
A mulher conduzia um Fiat Linea quando perdeu o controle do carro e capotou próximo ao km 38, por volta das 21h40 do dia 23 de junho, um domingo. A criança foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.
O irmão do menino, de 9 anos, também foi arremessado para fora do veículo. Ele chegou ao Hospital de Pronto Socorro em Porto Alegre em estado grave.
Conforme o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), a mãe se negou a fazer o teste do bafômetro e foi autuada por isso. Os policiais também registraram que ela levava os filhos sem cadeirinha.