Ao sobrevoar um asteroide situado entre as órbitas de Marte e Júpiter, a espaçonave Lucy, da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), descobriu que na verdade eram dois astros: um de 790 metros e outro de 220 metros em seus trechos mais largos. É o que se chama de par binário.
A missão espacial de Lucy é sobrevoar e colher informações sobre sete asteroides selecionados pela Nasa. O primeiro deles, chamado Dinkinesh, descoberto em 1999, fica em um cinturão situado entre as órbitas de Marte e Júpiter. O objetivo da visita de Lucy era testar os sistemas da espaçonave antes de ela iniciar sua atividade científica principal: estudar os misteriosos asteroides troianos de Júpiter, considerados fósseis do sistema solar.
Semanas antes da chegada da sonda, os cientistas da Nasa levantaram a hipótese de o asteroide ser um sistema binário, por causa da forma como os instrumentos de Lucy registravam o brilho do asteroide mudando. As primeiras imagens do encontro na quarta-feira (1º) tiraram a dúvida: Dinkinesh é um par binário.
Embora a aproximação tenha sido inicialmente um teste de engenharia, os cientistas estão entusiasmados para analisar os dados e obter mais informações sobre a natureza dos pequenos asteroides. Keith Noll, cientista do projeto Lucy do Goddard Space Flight Center da Nasa em Greenbelt, nos EUA, este é o menor asteroide do cinturão já visto de perto.
— O fato de serem dois torna tudo ainda mais emocionante. Em alguns aspectos, estes asteroides parecem semelhantes aos asteroides binários Didymos e Dimorphos próximos da Terra, mas existem algumas diferenças realmente interessantes que iremos investigar — afirma.
O próximo asteroide a ser analisado é Donaldjohanson. A sonda Lucy chegará lá, no entanto, só em 2025. Depois, ela vai analisar os asteroides de Júpiter, em 2027.