O telescópio espacial Hubble, da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), capturou recentemente uma imagem da galáxia JO206, cujo formato lembra o de uma água-viva. Ela está localizada na constelação de aquário, há mais de 700 milhões de anos-luz de distância da Terra.
A agência espacial compartilhou, nesta sexta-feira (9), em seu site oficial e nas redes sociais, o registro fotográfico obtido pelo telescópio. "Uma galáxia água-viva nada nesta imagem. Conhecido como JO206, seus "tentáculos" são longas gavinhas de formação estelar que se arrastam atrás do disco da galáxia", escreveu a Nasa em um post no Twitter.
Na imagem divulgada, é possível ver, em primeiro plano, um punhado de estrelas brilhantes com picos de difração cruzados se destacando contra um pano de fundo preto. Também está visível um disco colorido de formação estelar cercado por uma nuvem de poeira pálida e luminosa.
No canto inferior esquerdo da imagem, é possível observar estruturas estelares brilhantes cujos formatos lembram longos tentáculos. Elas acompanham o disco de JO206, como se fossem águas-vivas nadando e movimentando para trás seus tentáculos.
As galáxias medusas
Na astronomia, galáxias são conjuntos de estrelas, gases, poeira e matéria escura que formam o universo.
No caso das galáxias do tipo água-viva ou medusa, elas fazem parte de um fenômeno que ocorre quando a galáxia se move através do meio intra-aglomerado. Nesse processo, há perda do gás da galáxia, que é puxado para trás, formando o que se assemelha a longos tentáculos de formação estelar. Este processo é conhecido na astronomia como ram pressure stripping (despojamento por pressão dinâmica, em tradução livre).
A JO206 é um exemplo de galáxia água-viva. O que se destaca nela é o disco de formação de estrelas colorido e vívido, que contrasta com a nuvem de poeira pálida que a envolve. Além disso, as estruturas em formato de tentáculos que se estendem do disco são longos e brilhantes, dando à ela uma aparência dinâmica e vibrante.
As galáxias medusas são também importantes objetos de pesquisa porque elas são capazes de formar estrelas em condições extremas. Com estudos recentes e a própria imagem recém-divulgada da JO206, foi possível deduzir que ocorre a formação de estrelas tanto no disco da galáxia quanto em seus tentáculos e que não há diferença significativa nesses dois processos.