A Roscosmos, agência espacial nacional russa, revelou nessa segunda-feira (15) o modelo de sua nova estação espacial, que será chamada de ROSS (Russian Orbital Service Station). A novidade foi apresentada na Army-22, exposição militar industrial ocorrida em Moscou. Com informações da Folha de S.Paulo e da Reuters.
Atualmente, a Roscosmos tem uma parceria com a Estação Espacial Internacional (ISS), mas já manifestou interesse em abandonar o acordo, após 2024. O fim da cooperação entre as instituições seria um dos motivos que fez com que o governo russo começasse a planejar a construção de sua própria estação espacial, de modo que não dependa da parceria com outros países.
No mês passado, Yuri Borisov, diretor da Roscosmos, afirmou em comunicado que a Rússia deixará a ISS após 2024, e que o país já estava trabalhando para desenvolver sua própria estação orbital. Em resposta, representantes da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), informaram que não receberam a confirmação oficial da saída da Roscosmos e garantiram que haviam entendido que ela permaneceria no acordo até 2028.
Na exposição, também foram revelados detalhes sobre o funcionamento da nova estação espacial russa, como o lançamento que será realizado em duas etapas. A primeira será dedicada ao início da operação do complexo, que tem quatro módulos. Já a segunda, irá incorporar outros dois módulos e uma plataforma de serviço.
Ainda não há previsão para a data de lançamento do projeto, mas a mídia estatal do país deu indícios de que a primeira fase poderá ocorrer entre 2025 e 2026, enquanto a segunda deverá ser lançada entre 2030 e 2035. Representantes da Roscosmos garantiram que quando a estação espacial estiver pronta, ela será capaz de abrigar equipamentos científicos e até quatro astronautas.
Uma das diferenças da ROSS para a ISS é que a nova estação espacial não deverá contar com presença humana permanente. A ideia é de que o local receba tripulantes duas vezes por ano e em períodos estendidos.
Outra novidade anunciada é que a ROSS possibilitará uma visão mais ampla da Terra para fins de monitoramento. Dmitry Rogozin, ex-chefe da Roscosmos e com posições contrárias ao Ocidente, declarou publicamente que a nova estação espacial poderá servir para fins militares, se necessário.
A Estação Espacial Internacional
A ISS foi lançada em 1998 e é fruto de uma parceria liderada pelos Estados Unidos e a Rússia. O acordo científico e internacional conta ainda com Canadá, Japão e 11 países europeus.
A Nasa já declarou publicamente que pretende manter as operações da ISS ativas até 2030. Depois desse período, começará uma fase de transição para estações espaciais comerciais.