Os dados registrados pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST) são entendidos como um marco no início da ampliação do conhecimento do Universo. As imagens e espectros foram divulgados pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) na segunda (11) e terça-feira (12).
A construção do telescópio começou em 2004 e o lançamento ocorreu em dezembro de 2021. Hoje, ele está a 1,5 milhão de quilômetros da Terra. Neste material, GZH explica quais os objetos observados pelo telescópio e como eles podem ajudar a ciência a compreender melhor o Espaço.
SMACS 0723
A primeira imagem divulgada foi do aglomerado de galáxias SMACS 0723, localizado a 4,6 bilhões de anos-luz da Terra. O material foi conhecido na segunda-feira em evento na Casa Branca que contou com a participação dos Estados Unidos, Joe Biden.
O aglomerado foi observado por meio da amplificação de brilho de uma estrela de fundo, chamada de fonte, devido à passagem de um objeto, denominado lente, entre o observador e a fonte. Conforme a Nasa, a lente deforma o espaço-tempo ao seu redor e a luz da fonte sofre então uma deflexão, o que aumenta o brilho dela para o observador.
Em alguns pontos da foto é possível observar galáxias que se formaram há cerca de 13 bilhões de anos, no início do Universo; o entendimento deste período é um dos focos da missão do Webb.
Nebulosa do Anel Sul
Com o trabalho do telescópio, os cientistas observaram que a Nebulosa do Anel Sul é composta por duas estrelas. Por estarem próximas, não foi possível, até então, registrar o sistema binário. O James Webb tornou possível devido à tecnologia da câmera de infravermelho. O objeto é uma nebulosa planetária, ou seja, uma nuvem de gás gerada no processo de morte de uma estrela. Ela tem meio ano-luz de diâmetro e está localizada a cerca de 2,5 mil anos-luz de distância da Terra.
Exoplaneta WASP-96b
O WASP-96b também fez parte da primeira divulgação de materiais do telescópio. O exoplaneta (planeta fora do sistema solar) teve revelado um gráfico chamado de espectro. Essa técnica analisa, por meio da cor (temperatura), a composição física e química de um corpo celeste.
O James Webb identificou a presença de oxigênio e hidrogênio, o que indica a ocorrência de vapor de água. Por isso, a expectativa é de que o James Webb represente um importante papel para a busca de planetas potencialmente habitáveis.
Quinteto de Stephan
No Quinteto de Stephan, o Webb mostrou a interação das galáxias do grupo: é possível observar caudas de gás, poeira e o processo de criação de algumas estrelas. O material possibilita, aos especialistas, compreender como ocorre a fusão e interação entre galáxias.
Além disso, no material, nota-se a presença de buracos negros devido à influência deles nos objetos visíveis. O Quinteto de Stephan está localizado a cerca de 290 milhões de anos-luz de distância da Terra, na constelação de Pégaso.
Nebulosa Carina
A Nasa chama a Nebulosa Carina de “penhasco cósmico”. Em imagens anteriores feitas pelo telescópio Hubble, os astrônomos não conseguiram observar detalhes revelados pelo Webb, como pontos onde são formadas estrelas. Assim, com esse tipo de material, será possível melhorar o entendimento humano do momento de criação desses corpos celestes e por que eles têm determinadas massas. A nebulosa está a 7,5 mil anos-luz de distância da Terra.