Um grupo de paleontólogos encontrou recentemente, durante as escavações de um projeto de construção civil, uma nova espécie de pterossauro, chamada cientificamente de Thanatosdrakon amaru, e apelidada de Dragão da Morte. Os ossos fossilizados foram localizados na província de Mendoza, na Argentina. A pesquisa com a descoberta foi publicada em abril na revista científica Cretaceous Reserach, mas ainda será inclusa na edição de setembro.
De acordo com os pesquisadores, esses animais voadores viveram há cerca de 86 milhões de anos, no período Cretáceo (entre 146 e 66 milhões de anos) . Isso significa que habitaram a Terra 20 milhões de anos antes do asteroide chicxulub exterminar três quartos da vida do planeta, incluindo os dinossauros.
Foram encontrados dois espécimes na Argentina, um de aproximadamente sete metros e outro com cerca de nove metros de comprimento. Com isso, esses pterossauros entram para o rol dos maiores vertebrados voadores já descobertos na América do Sul e no mundo.
A partir de estudos mais aprofundados, os pesquisadores determinaram que os dois espécimes encontradas morreram ao mesmo tempo e que um desses animais não era adulto ainda. O que não é possível ainda afirmar é se ambos pertenciam à mesma família.
Leonardo Ortiz, líder do projeto, explicou em coletiva de imprensa, que ele e os demais paleontólogos perceberam características no fóssil nunca antes vistas nos pterossauros, como o próprio tamanho. Com isso, foi necessária a criação de um novo nome de gênero e espécie. Para o nome da espécie (Thanatosdrakon), foram combinadas as palavras gregas antigas thanatos (morte) drakon (dragão).
— Pareceu apropriado nomeá-lo assim. É o Dragão da Mmorte — disse Ortiz durante entrevista.
Segundo os paleontólogos, a descoberta foi feita em uma região muito produtiva para os arqueólogos devido à existência da bacia sedimentar de Neuquén, que alterna depósitos marinhos e continentais do período Triássico superior (entre 237 milhões e 201,3 milhões de anos) e e início do Cenozoico (de 65,5 milhões de anos até os dias de hoje). A bacia vai do centro-oeste argentino até o leste do Chile.
A partir de análises do tipo de solo onde os fósseis foram encontrados, os pesquisadores especulam que a espécie habitava espécies continentais na época da Gondwana, antes da própria formação da Cordilheira dos Andes. Nesse período, existia um supercontinente que, depois de se dividir, deu origem a África, América do Sul, Antártica e Oceania.
Ortiz contou que se surpreendeu com a boa qualidade dos vestígios porque, em geral, os ossos de pterossauros são frágeis e encontrados em pequenos pedaços. Além disso, alguns fósseis estavam completos e outros fragmentados, mas mesmo nesse último caso, os tamanhos eram maiores do que é comumente encontrado.