Imagens geradas a partir de tecnologia nuclear e luz síncroton confirmaram que um crocodilo devorou um filhote de dinossauro há 93 milhões de anos. Pesquisadores do Museu Australiano da Era dos Dinossauros (QLD, na sigla em inglês), em parceria com a Universidade de New England, nos Estados Unidos, fizeram a descoberta em 10 de fevereiro.
O artigo publicado no periódico Godwana Research revelou que o fóssil do réptil continha restos do dinossauro no estômago. A descoberta ocorreu na Austrália, onde o animal foi encontrado, em 2010.
Segundo o estudo, o crocodilo tinha entre 2 e 2,5 metros de comprimento e foi nomeado de Confractosuchus sauroktonos, que significa crocodilo quebrado assassino de dinossauro. Os ossos do bebê, do tamanho de uma galinha, foram detectados dentro do réptil, após escaneamentos de nêutron da rocha fragmentada.
O coordenador do Centro de Dispersão de Nêutrons da Organização Australiana de Ciência e Tecnologia Nuclear (Ansto), Joseph Bevitt, conta que o esqueleto desmontado estava completamente embutido na pedra e acabou sendo localizados sem querer, por conta da capacidade de penetração dos nêutrons. “Quando vi as primeiras imagens, feitas em 2015, percebi que tinha algo parecido com osso de galinha com um gancho na ponta. Imediatamente pensei ser de um dinossauro’’ conta Bevitt, em comunicado.
Os pesquisadores usaram um escaneamento 3D a partir de imagens geradas por linhas de luz média, que foram importantes para a recuperação do fóssil. Também foram investigados túneis de minhocas e raízes de plantas que estavam entre os fragmentos no pedregulho que o crocodilo foi encontrado.
Acredita-se que o réptil morreu soterrado por uma enchente. Os dois animais podem ser encontrados em exposição no Museu Australiano da Era dos Dinossauros, em Winton, na Austrália.