Um terceiro planeta foi detectado orbitando a estrela Proxima Centauri, a mais próxima do Sistema Solar, de acordo com estudo publicado nesta quinta-feira (10) na revista Astronomy & Astrophysics. O exoplaneta denominado Proxima d leva apenas cinco dias para completar uam volta em torno da estrela.
Com um quarto de massa da Terra, Proxima d é um dos mais leves do conjunto de planetas fora do Sistema Solar descobertos até agora. A lista conta com cerca de 5 mil corpos orbitando outras estrelas.
A estrela Proxima Centauri está localizada a quatro anos-luz da Terra, o equivalente a mais de 125 milhões de vezes a distância do nosso planeta para a Lua. É muito menor e duas vezes mais fria do que o Sol e pertence à categoria de "anãs vermelhas".
A detecção de exoplanetas é muito difícil, pois estão muito distantes e refletem pouca luz. No caso do sistema Proxima Centauri, quando observado da Terra, os corpos que orbitam a estrela estão em outro plano, o que impede a aplicação do chamado método de "trânsito" — o mais fácil —, que detecta planetas medindo variações na luminosidade da estrela causadas pela passagem de um corpo, provocando um microeclipse.
Foi, portanto, necessário recorrer ao método das velocidades radiais, que se baseia na medição das oscilações da estrela devido ao microefeito da gravidade de um corpo em órbita.
Foi assim que Proxima b, com massa semelhante à da Terra, e localizado na zona "habitável", que não é nem muito perto da estrela nem muito longe da estrela, e Proxima c, menor, foram encontrados há alguns anos.
Suspeita de um terceiro planeta
Membro do Departamento de Astronomia da Universidade de Genebra, Baptiste Lavie disse à AFP que "quando descobrimos, suspeitamos de uma influência" em relação a um terceiro planeta. O homem faz parte da equipe que usa o Very Large Telescope (VLT, literalmente "telescópio muito grande", na tradução do inglês), do Observatório Europeu do Sul (ESO), no deserto do Atacama, no Chile.
Esse sinal era tão fraco que foi necessário continuar as observações com o auxílio do espectrógrafo Espresso, instalado no VLT. Essas observações confirmaram uma variação ínfima na velocidade da estrela (1,4 km/h) causada por um planeta próximo.
Proxima d está a 4 milhões de quilômetros de sua estrela, menos de um décimo da distância de Mercúrio ao Sol. Localizado no limite da zona habitável, leva apenas cinco dias para completar uma volta em torno de sua estrela.
— Sem dúvida é um planeta rochoso, porque sua massa é muito fraca para reter o gás — como acontece com os gigantes gasosos do Sistema Solar, Júpiter e Saturno, segundo o astrônomo Baptiste Lavie.
— Essa grande descoberta demonstra o potencial do método da velocidade radial para revelar a existência de planetas leves, como esse, capazes de abrigar vida — afirma Pedro Figuiera, chefe do espectrógrafo Espresso, no Chile, citado no comunicado do Eso.