O projeto Simulations Beyond the Local Universe (Sibelius), produzido por uma equipe internacional de pesquisadores, realizou recentemente uma simulação do universo que reúne mais de 130 bilhões de partículas. Até o momento, esta pode ser considerada como a maior e mais precisa representação virtual da evolução do cosmos.
Os pesquisadores contaram com o apoio da Universidade de Helsinque, na Finlândia, e utilizaram simulações de supercomputadores para recriar a evolução do universo. Nos testes, foram simulados diversos períodos, do Big Bang até o presente.
Para produzir os efeitos desejados, os estudiosos trabalharam com equações físicas que permitiam descrever como a matéria escura e o gás cósmico evoluem ao longo do tempo. O resultado foi uma simulação que abrangia uma distância de 600 milhões de anos-luz da Terra, representada por mais de 130 bilhões de partículas criadas com o trabalho de processamento de milhares de computadores. Para produzir uma grande quantidade de dados, as máquinas tiveram que ficar funcionando por semanas.
A equipe teve que utilizar também algoritmos generativos avançados para produzir simulações condicionadas à reprodução de uma determinada área específica do universo, incluindo estruturas e componentes presentes na via láctea que vêm sendo estudados há anos. Com isso, foi possível simular, por exemplo, o aglomerado galáctico Perseus, O Vazio Local, entre outros.
Para o professor Carlos Frenk , da Universidade de Durham, na Inglaterra, é imensamente gratificante ver estruturas familiares existentes ao redor da via láctea emergindo de uma simulação computacional. Já o professor Dr Matthieu Schaller, da Universidade de Leiden, nos Países Baixos, acredita que o projeto é muito importante para simular o modelo da matéria escura fria, que serve para explicar propriedades do calor restante após o Big Bang e pode ajudar na compreensão da origem de todas as galáxias vizinhas.
Simulações do modelo da matéria escura fria já haviam sido realizadas por outros estudiosos, mas ocorriam com representações de partes do universo diferentes da realidade do cosmos observável. Com a nova proposta da Sibelius, será mais fácil entender a natureza do universo e colocar em prática décadas de teoria e observações astronômicas.
Os resultados da simulação e informações do projeto foram publicados na revista Montly Notices of the Royal Astronomical Society.