O Observatório Zênite, que fica em Monte Carmelo, em Minas Gerais, captou o planeta Marte em sua aproximação máxima com a Terra durante a noite da última quarta-feira (7). A distância entre os dois planetas foi de 62,7 milhões de quilômetros, a menor prevista para os próximos 14 anos.
A gravação, que durou cinco horas, conseguiu registrar com detalhes o movimento de rotação e algumas estruturas geológicas do Planeta Vermelho. As imagens foram feitas com o telescópio SCT Celestron.
— Durante a captura, ao sul, podemos observar a capa polar bem pequena, só o que sobrou dela devido ao verão no hemisfério marciano. Ao norte, um tom mais branco azulado é o polar hood, uma nuvem de cristais de água que se forma e precede o crescimento da capa polar. Já à direita também temos algumas nuvens azuladas ocasionais. As manchas escuras que são vistas pelo globo são características do relevo marciano, em destaque Syrtis Major, que parece o mapa da África — disse Carlos Alberto Palhares, técnico em Tecnologia da Informação, astrônomo amador e astrofotógrafo do Observatório Zênite.
Palhares explicou que essa máxima aproximação de Marte com a Terra acontece a cada dois anos. Em 2018, foi o ápice de aproximação, mas a tendência é os dois planetas se afastarem mais a cada período e agora só voltarem a ficar tão próximos em 14 anos. Isso ocorre por conta da órbita do Planeta Vermelho, que é mais elíptica.
— A aproximação deste ano já está mais afastada do que em 2018. Só em 2035 Marte voltará a ficar tão perto como agora. Para quem gosta de observar, esse é o melhor momento — explicou.