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Tradutores em tempo real ao estilo de um filme futurístico, muro virtual anti-imigração e malas que seguem humanos são algumas das novidades apresentadas no Salão de Eletrônica de Consumo (CES) de Las Vegas, nos EUA, a maior feira do mundo focada em artigos de tecnologia para consumidores. O evento começou na terça-feira (8) e termina na sexta (11). A primeira edição foi em 1967 e, desde então, a feira é acompanhada com atenção pelo mercado por trazer o que há de mais recente em computação móvel, saúde, esportes, automóveis, agricultura e acessórios para casas inteligentes. Videocassete, aparelho de DVD, TVs de plasma e tablets, por exemplo, foram lançados no salão.
Em 2019, o foco é em artigos que, com base em inteligência artificial, aprendem a antever necessidades, gostos e vontades de humanos. A expectativa é de 182 mil frequentadores circulando por 4,4 mil estandes. Tecnologias já existentes avançaram: o evento contou com televisores 8K de alta resolução, internet 5G incrivelmente rápida e assistentes virtuais, como o Google Assistant e a Alexa, da Amazon, integrados em dispositivos de todo tipo. Ao mesmo tempo, a organização do CES já enfrentou polêmica e foi acusada de machismo, após suspender um prêmio a uma empresa que criou um vibrador feminino.
Veja seis novidades apresentadas no CES 2019:
Tradutores em tempo real
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Empresas de diferentes países apresentaram na feira gadgets capazes de traduzir idiomas em tempo real. São fones de ouvido ou pequenos aparelhos que cabem na palma da mão que permitem fluidez na conversa. Os produtos captam a voz, enviam à nuvem (internet), transcrevem as frases em texto, traduzem-nas e, enfim, recitam o texto em voz. O atraso é de poucos segundos.
Os valores variam de US$ 180 a US$ 400, e há fones de ouvido que traduzem até cem idiomas. Os tradutores Pilot, por exemplo, permitem uma conversa entre duas pessoas que falem línguas diferentes. Uma das empresas já vendeu cerca de 35 mil fones de ouvido em menos de um ano, em especial para hotéis. Outra mira nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, tendo em vista que muitos japoneses falam apenas o idioma local.
Muro virtual anti-imigração
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A crise imigratória que afeta Europa e levou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a prometer a construção de um muro na fronteira com o México agora é foco de atenção de empresas de tecnologia. A Quanergy Systems criou uma espécie de muro virtual anti-imigração.
Por meio de radares, sensores a laser e câmeras, o muro virtual detecta imigrantes ilegais que tentem cruzar a fronteira de dia ou à noite, independentemente do clima. Como é possível visualizar a movimentação de longe, o sistema indica se o indivíduo é policial ou imigrante. A tecnologia já é empregada, de forma experimental, na fronteira entre Índia e Paquistão e em uma pequena parte da fronteira dos Estados Unidos com o México.
A empresa diz que seu produto libera governos de construir muros físicos, cujo custo é político e financeiro: Trump precisa obter liberação de US$ 5,7 bilhões para erguer um muro de 3,2 mil quilômetros entre EUA e México, mas o partido Democrata no Congresso norte-americano se nega a liberar a verba. O preço da nova tecnologia, segundo a empresa, é de no máximo 3% do valor.
Telas dobráveis e enroláveis
![Robyn Beck / AFP Robyn Beck / AFP](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/24932872.jpg?w=700)
Telas que dobram ou são enroláveis finalmente são possíveis após anos de desenvolvimento. As empresas de tecnologia apostam na novidade como uma possibilidade de crescimento do setor. A gigante sul-coreana LG apresentou uma televisão de ultradefinição que entra e sai de um estante e pode ser enrolada e desenrolada.
Outra inovação no CES foi apresentada por uma startup chinesa, a Royole FlexPai, que afirma ter desenvolvido o primeiro tablet smartphone dobrável do mundo. O produto já está disponível na China e agora é oferecido nos Estados Unidos por US$ 1,3 mil. Há mais fabricantes esperam lançar aparelhos dobráveis ainda este ano. A expectativa é de que a novidade movimente o setor de smartphones, que registrou um crescimento lento no último ano.
Cadeira de rodas movida a sorrisos
O brasileiro Paulo Pinheiro, fundador da startup Hoobox Robotics, apresentou no CES um sistema que permite mover uma cadeira de rodas mediante expressões faciais – incluindo sorrisos, sobrancelhas arqueadas, língua para fora e beijinho enviado. A tecnologia levou o nome de Wheelie.
O sistema envolve uma câmera e um computador de bordo que apreendem as expressões do cadeirante e transformam-nas em comando. São necessárias apenas cinco expressões faciais, que podem ser configuradas de acordo com a vontade do usuário. O produto é focado para paraplégicos, que não têm controle de músculos abaixo do pescoço.
Mala-robô
![David Becker / Getty Images/AFP David Becker / Getty Images/AFP](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/24932875.jpg?w=700)
A empresa chinesa ForwardX Robotics decidiu acabar com o estresse de arrastar malas em viagens. Criou, então, a Ovis, uma mala autônoma que segue o dono, sem a necessidade de ser arrastada. Quando encontra obstáculos, o robô desvia. Se o humano está a mais de dois metros de distância, um aviso é emitido por wi-fi ao relógio. Na hora de passar pelo raio X, a bateria é removida. Caso a pessoa seja muito perdida, o aplicativo da empresa aponta a localização da mala. Pela internet, o produto está à venda por US$ 1,4 mil.
Cerveja em cápsulas
![Robyn Beck / AFP Robyn Beck / AFP](http://www.rbsdirect.com.br/imagesrc/24932870.jpg?w=700)
A LG divulgou no CES 2019 um protótipo de máquina que produz cerveja a partir de cápsulas. Só tem um problema: a bebida não é instantânea, leva duas semanas para ser produzida. As etapas podem ser acompanhadas passo a passo em um aplicativo para celular.
O usuário insere cápsulas de malte, lúpulo e condimentos para produzir o tipo de cerveja que preferir – há opções como IPA, Pale Ale, Stout, Weiss e Pilsner. No fim, saem 10 litros de cerveja, ou o equivalente a 10 canecas. O ponto alto, diz a empresa, é acabar com a sujeira envolvida na produção da bebida, apenas com uso de água quente. O ponto negativo é que o aparelho precisa estar constantemente ligado à tomada para refrigeração, o que encarece a conta de luz. O produto ainda não está à venda.
*Com agências