Fontes: livros ZH 50 anos e Comunicação É a Nossa Vida e artigo Vinte Anos de Zero Hora na Internet (1995-2015), de Luciana Mielniczuk (coordenação), Alciane Baccin, Marlise Brenol, Maíra Souza e Priscila Daniel.
Da publicação quase experimental do caderno Informática em 7 de junho de 1995 a um site com 25 milhões de visitas mensais, a história de Zero Hora digital se mistura com os 20 anos da internet no Brasil.
Neste domingo, completam-se duas décadas da estreia de ZH na, à época, pouco conhecida (e ainda menos frequentada) rede mundial de computadores. Em um período marcado por grandes mudanças na sociedade e no jornalismo, a informação transbordou dos enormes monitores de computadores pessoais para a tela dos smartphones.
O primeiro endereço de ZH na web (http://www.embratel.net.br/infoserv/zerohora/index.html) era bem diferente - e bem maior - do que o atual. Inicialmente, o jornal utilizou um serviço oferecido pela Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel), que tinha como objetivo incentivar as empresas jornalísticas a produzirem conteúdos em português na rede. Hoje vice-presidente de produto digital do walmart.com para América Latina, a jornalista Sandra Pecis lembra o "frio na barriga" que sentiu ao comandar a enxuta equipe que colocou no ar o conteúdo pela primeira vez.
- Tínhamos de publicar o site, e não estávamos conseguindo. O jornal já estava impresso e dizia "Estamos na internet". Era perto da meia-noite, no último minuto, e entrou no ar. Foi um dia histórico. Éramos como uma startup dentro do jornal - lembra Sandra.
Leia as últimas notícias do dia
Leia as notícias de Tecnologia
Desde o início da presença na rede, uma das principais marcas de ZH - o contato com os leitores - já estava presente em seções interativas (dentro do que a tecnologia permitia à época, é claro) como Sugestões de Reportagem, Dúvidas online ou Reportagem Interativa. Ao longo da década de 1990, a versão digital foi aperfeiçoada, com aumento da equipe, publicação das reportagens do impresso e criação de uma equipe própria de apuração de notícias.
- O que fazíamos, basicamente, era duplicar o conteúdo impresso para o site. A rotina se concentrava no momento em que as páginas do jornal do dia seguinte começavam a ficar prontas - conta Luiz Antônio Araújo, hoje editor e colunista internacional de ZH.
Guinada online nos anos 2000
A primeira grande mudança na vida digital de ZH foi a criação do clicRBS, em 2000, que seria um "guarda-chuva" para os sites de rádios, jornais e TVs do Grupo RBS.
- A gente tentava centralizar o conhecimento de internet, operando vídeos e interatividade com audiência. O objetivo era criar conhecimento para passar aos veículos, para que começassem a utilizar esse conhecimento - afirma Sergio Lüdtke, responsável pela gestão do conteúdo de internet do portal nos anos 2000 que hoje atua com consultoria e treinamento em mídia digital.
A estratégia deu certo, e setembro de 2007 foi o marco da guinada definitiva em direção ao digital de ZH: o lançamento de zerohora.com. Uma equipe de mais de 30 pessoas passou a atuar dentro da Redação, produzindo notícias 24 horas por dia, sete dias por semana. Uma das inovações marcantes foi a criação de blogs para os colunistas David Coimbra, Rosane de Oliveira, Wianey Carlet e Paulo Sant'Ana, com conteúdo multimídia e exclusivo.
- A ideia era implementar um fluxo de trabalho contínuo, mantendo o padrão de qualidade da Redação. Dizíamos que o objetivo era que o leitor tivesse ao longo do dia a mesma qualidade de informação que recebia pela manhã em casa - explica Marlise Brenol, editora de zerohora.com de 2007 a 2014 e doutoranda da UFRGS.
Marlise participa do Grupo de Pesquisa em Jornalismo Digital da UFRGS, que apresentou no 10º Encontro Nacional de História da Mídia, na quinta-feira, artigo sobre os 20 anos de ZH na internet. Neste aniversário, Marta Gleich, diretora de Redação de ZH, destaca:
- O conteúdo, agora, é distribuído nas mais diversas plataformas, para que os usuários o recebam e possam compartilhar e interagir em qualquer hora e lugar.
A editora-chefe Digital, Barbara Nickel, complementa, apontando para o futuro:
- Vamos continuar fiéis à tradição de ZH de produzir bons conteúdos, sem deixar de explorar tudo que surge em relação a essas novas plataformas, hábitos de consumo e tecnologias que permitam qualificar cada vez mais o produto entregue ao leitor.
ALGUNS NÚMEROS:
Nas redes socias:
- 1,66 milhão de pessoas curtem ZH no Facebook
- 552 mil seguidores no Twitter
No site
Em maio, site e mobile site tiveram
- 375 vídeos postados
- 5466 matérias publicadas
- 1786 posts no Facebook
- 50 milhões de pageviews
- 11 milhões de usuários únicos
- 25 milhões de visitas
A HISTÓRIA DE ZH NA INTERNET