Correção: Deolane foi transferida para a Colônia Penal Feminina de Buíque (CPFB), na região do Agreste de Pernambuco, e não para a Colônia Penal Feminina da capital pernambucana como publicado entre as 15h23min do dia 10/9 e as 7h15min do dia 11/9. O texto já foi corrigido.
A Justiça revogou a prisão domiciliar da influenciadora Deolane Bezerra. No começo da tarde desta terça-feira (10), no Recife, ela chegou ao fórum para assinar os termos dessa prisão e, no local, foi informada da revogação.
A medida foi tomada devido ao descumprimento de duas medidas cautelares impostas pelo Judiciário. Entre elas, Deolane não podia ter se pronunciado publicamente por meio de redes sociais, imprensa e outros meios de comunicação. Deolane tem afirmado ser vítima de "injustiça".
Na tarde de segunda-feira quando deixou a prisão após decisão judicial, ela falou com as pessoas que se aglomeraram no entorno à espera da sua saída, chegou a ser erguida e criticou a sua prisão: "Minha prisão é criminosa". Também falou com os jornalistas que estavam em frente à Colônia Penal Feminina do Recife.
Também na segunda-feira, publicou uma foto em suas redes sociais em que aparece "amordaçada". Na legenda da imagem, apenas escreveu: "Carta aberta", em referência à publicação feita no domingo (8), em que reiterou sua inocência em relação à investigação policial que apura organização criminosa suspeita de jogos ilegais e lavagem de dinheiro.
Procurada novamente, a defesa da influenciadora ainda não havia se manifestado até a publicação desta matéria.
A investigação
Deolane foi presa preventivamente junto da mãe, Solange Bezerra, em Pernambuco, por suposto envolvimento em lavagem de dinheiro e jogo ilegal. As duas foram detidas enquanto passavam férias no Estado, onde a influenciadora nasceu, durante o desenrolar da Operação Integration.
As autoridades dizem que entre os alvos da investigação está um grupo ligado a bets — sites de apostas esportivas — , mas afirmam que o alvo da investigação são atividades não permitidas pela lei (apostas esportivas são regulares). Há suspeita de que as bets eram usadas para lavar dinheiro do jogo do bicho.
Carros de luxo e aeronaves apreendidos
Além de 19 mandados de prisão, a Operação Integration cumpriu 24 mandados de busca e apreensão, sequestro de bens (carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações) e valores. Também foi pedido o bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões.
Os mandados foram cumpridos no Recife (PE), Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel e Curitiba (PR) e Goiânia (GO). Todos eles foram expedidos pelo Juízo da 12ª Vara Criminal da Comarca da capital pernambucana.
A investigação começou com a apreensão de R$ 180 mil e já está na terceira fase. É voltada para um esquema de lavagem de dinheiro adquirido por meio de jogos de azar e dividida em três fases: aquisição, ocultação e integração do dinheiro ao patrimônio dos envolvidos — esta última ocorre é a que motivou a prisão de Deolane.
Os sites VaideBet e Esportes de Sorte afirmam cumprir a legislação e dizem estar à disposição das autoridades.