O desenrolar da investigação sobre o sumiço de um casal, em São Borja, tem levado equipes da Polícia Civil a desdobramentos pouco comuns para estes casos, como a apreensão de duas aeronaves. Avaliadas em mais de R$ 1 milhão, as máquinas seriam do homem que está desaparecido, de 26 anos. Ele e a namorada, de 20 anos, não são mais vistos desde o último sábado (9), quando o carro que usavam foi encontrado incendiado e vazio.
A Polícia Civil não divulgou o nome dos desaparecidos, mas a reportagem apurou que o homem é Eike Conrad Dubal, que teria envolvimento com o tráfico de drogas. Ele estaria em regime semiaberto no dia do desaparecimento, e por isso é considerado foragido.
Durante as diligências e buscas ao casal, as equipes tomaram conhecimento da existência das duas aeronaves. Com aval do Poder Judiciário, elas foram apreendidas "para fins de investigação" e "para possibilitar a colheita de elementos de convicção relativos à investigação dos crimes em questão", disse a polícia.
A apreensão ocorreu no final da tarde de segunda-feira (11), quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão em dois hangares localizados nas imediações do aeroclube do município. Ali, foram localizadas e confiscadas as duas máquinas: um avião experimental e um helicóptero, avaliados em cerca de R$ 1,1 milhão, segundo a Polícia Civil. A ação foi realizada pela 1ª Delegacia de Polícia de São Borja, com apoio do efetivo da Operação Hórus.
A delegada Elisandra Mattoso Batista não divulgou mais detalhes sobre o caso até o momento, para não prejudicar o trabalho das equipes. Também não foi informado qual seria a principal linha de investigação para o sumiço e o incêndio do carro, se o casal teria sido vítima de homicídio, por exemplo, ou se podem ter fugido por vontade própria.
Vida de luxo
Aos 26 anos, Eike Conrad Dubal é conhecido por autoridades brasileiras e também polícias de fora do país em razão de seu envolvimento com o tráfico de drogas. O homem estaria em regime semiaberto no dia do desaparecimento, e por isso é considerado foragido.
No passado, foi localizado e preso na Argentina e depois transferido ao Brasil. Passou por prisões federais também, além das estaduais.
Conforme informações, Dubal levava uma vida de luxo e gostava de ostentar itens de valor elevado. Em fotos, ele aparece com roupas caras, armas e joias. Nas redes sociais, postava vídeos andando de lancha.
Apesar de as aeronaves apreendidas estarem em nome de terceiros, autoridades acreditam que pertencem a ele. Conforme testemunhas, quando o helicóptero chegou à pequena cidade, Dubal teria feito um "desfile" com a máquina pelas ruas.
GZH tentou entrar em contato com a defesa de Dubal, mas a polícia não informou se o homem possui advogado que o tenha acompanhado em casos anteriores.