A Polícia Civil divulgou nesta segunda-feira (26) que prendeu dois homens por estelionato durante o fim de semana em Porto Alegre. Eles estavam tentando aplicar pela segunda vez o mesmo golpe em uma idosa de 66 anos. Os nomes dos detidos não foram revelados.
De acordo com inquérito da 1ª Delegacia de Polícia da Capital, os suspeitos pegavam valores emprestados com dados de pensionistas ou aposentados pelo INSS. Um caso foi confirmado, mas investigadores acreditam em dezenas já que os criminosos tinham uma lista com nomes de várias pessoas. Segundo a investigação, eles procuravam as vítimas prometendo revisão e redução de valores de empréstimos.
De acordo com a apuração, a idosa que foi alvo da dupla já tinha um empréstimo e, enganada pelos criminosos, obteve outro no valor de R$ 8 mil, dos quais R$ 4 mil ficaram com os golpistas.
A idosa iria fazer outro empréstimo de R$ 14 mil na semana passada, dos quais ela repassaria mais R$ 7 mil para os criminosos. Mas a polícia interveio conseguiu evitar este segundo golpe.
Como agiam
Os agentes da 1ª DP informaram que a primeira irregularidade consistia na forma como os criminosos obtinham os dados das vítimas. A polícia diz que os golpistas sabiam nome completo, vencimentos, endereço, telefone fixo e móvel, bem como empréstimos e situações peculiares relativas à aposentadoria ou pensão.
A apuração apontou que, depois, eles entravam em contato com as possíveis vítimas. Os investigados se passariam por funcionários de escritórios de assessoria jurídica prometendo redução e renegociação de dívidas de empréstimos consignados junto a instituições financeiras. A 1ª Delegacia de Polícia apurou que os suspeitos tinham até espaço fixo, escritórios que eram trocados periodicamente de endereço.
No caso que foi confirmado e que teve uma idosa lesada, o endereço do suposto escritório de assessoria jurídica seria um prédio comercial na Avenida dos Andradas, no Centro da Capital. Mas quando a polícia foi até o endereço indicado, o imóvel já estava vazio.
Segundo a polícia, após o contato oferecendo revisão e redução dos valores de empréstimos, os criminosos passavam para a próxima etapa: informavam a necessidade de pagamento antecipado de uma quantia antes da suposta revisão da taxa de juro, além de pedir dados e fotos da vítima.
Eles então faziam novo empréstimo usando dados e foto do aposentado ou pensionista por meio de identificação facial em bancos virtuais. Eram usados pelo menos duas instituições bancárias que atuam desta forma — os bancos não têm participação com os delitos, já que toda a documentação usada era verdadeira.
Desta forma, a vítima seguia pagando pelo empréstimo antigo e, sem saber, adquiria um novo. Ou seja, em vez de reduzir o valor de um contrato financeiro, obtinha dois e repassava parte de do valor de um deles para os golpistas.
Alerta
Os agentes informam que os dados jamais podem ser passados por telefone e que é importante se certificar antes de tudo com o INSS e até mesmo com o banco que os golpistas possam vir a mencionar durante a suposta negociação.
Mesmo que a pessoa não caia no golpe, sempre é importante anotar o máximo possível de informações — telefone, nome da pessoa, empresa, banco, entre outros — e fazer denúncias na polícia, na ouvidoria da Previdência Social, no Procon e no Banco Central.