Em quatro anos, 53 policiais civis se feriram enquanto estavam em serviço no Rio Grande do Sul. Os dados levam em conta os casos registrados entre 2018 e 2021. As circunstâncias em que os incidentes ocorreram não fora divulgadas pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Outros dois agentes acabaram morrendo, no mesmo período.
Nesta sexta-feira (1º), o mais recente caso ocorreu em Rio Grande, no sul do Estado, quando uma policial civil foi atingida por um tiro na cabeça durante uma operação no começo da manhã. Segundo a Polícia Civil, Laline Almeida Larratea, 36 anos, está em coma e tem quadro considerado estável. Ela passou por cirurgia e o projétil foi removido. O autor do disparo foi preso em seguida — o nome dele não foi divulgado. O homem era um dos alvos da operação nesta manhã.
No caso da agente, o ferimento ocorreu quando ela realizava, junto de cerca de 90 policiais, uma operação que tinha por objetivo identificar uma organização criminosa que atua no tráfico de drogas. Conforme a polícia, as equipes estariam chegando na casa do homem para prendê-lo e cumprir mandados de busca e apreensão quando ele teria disparado contra os policiais. Segundo a chefe de Polícia, Nadine Anflor, que deixa o cargo nesta sexta-feira (1º), os "todos os requisitos" de segurança estavam sendo cumpridos na ação.
Em relação aos casos mais antigos, Nadine afirma que a corporação trabalha com capacitações e treinamentos para que os incidentes não ocorram:
— Qualquer número é considerado alto. Não queremos que aconteça, e trabalhamos para isso. Sabemos que é um risco que corremos em nossa profissão, mas fazemos todo o possível para evitar.
A polícia disse também que presta todo o suporte aos familiares da agente.
Morte em 2019 foi "marco", diz chefe de Polícia
Além dos casos de agentes feridos, duas mortes foram registradas entre 2018 e 2021 — uma em 2018 e outra em 2019.
Conforme Nadine, que assumiu o posto de chefia em 2019, a morte naquele ano foi um "marco". O caso ocorreu em Montenegro, quando o escrivão de polícia Edler Gomes dos Santos, 54 anos, foi atingido por um tiro de espingarda e morreu. O policial atuava no Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), de Porto Alegre, e estava no município dando apoio em uma operação. À época, ele foi descrito por colegas como "experiente e dedicado".
— Foi um marco. Lembro que nós paramos tudo, fizemos curso no Estado inteiro. Reunimos colegas e construímos uma portaria que estipula as exigências de segurança nas ações para aumentar a segurança dos policiais — lembra Nadine.
A circunstância da morte registrada em 2018 não foi informada. Segundo Nadine, as medidas adotados tiveram efeito, e nenhuma outra morte foi registrada desde então.