O casal que foi vítima de um sequestro relâmpago na noite de domingo (26) em Porto Alegre foi obrigado a fazer transferências bancárias e compras pela internet enquanto estava sob ameaça dos assaltantes. O caso é investigado pela Polícia Civil, que tenta identificar os criminosos envolvidos. Até o momento, ninguém foi preso.
A ação começou por volta das 21h30min, quando o casal saia de casa, no bairro Nonoai, zona sul da Capital. Eles teriam sido abordados por pelo menos três criminosos, que entraram no veículo das vítimas. O casal foi obrigado a rodar pelas ruas com o grupo, enquanto tentava efetuar saques e fazer compras usando os cartões de crédito.
— Por causa do horário, algumas transações e compras não deram certo, mas outras sim. Esse valor foi passado para outras contas, via Pix, e também usado para algumas compras — diz o delegado Pablo Soares, da Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) de Canoas, cidade da Região Metropolitana na qual as vítimas foram soltas.
Cerca de uma hora depois da abordagem, o casal foi deixado em frente ao 5º Comando Aéreo Sul (Comar). Segundo informações de autoridades, foi um vizinho que percebeu a ação dos suspeitos ainda em Porto Alegre e acionou a Brigada Militar.
Após ser liberado pelos criminosos, o casal foi levado à delegacia para prestar depoimento. Conforme a polícia, as vítimas não ficaram feridas.
Ação "beirou o amadorismo", diz delegado
Uma das vítimas é Frederico Schroeder Genro, sobrinho do ex-governador Tarso Genro. Ele estava na companhia da esposa, que também foi levada pelos criminosos. Nesta segunda, o ex-governador afirmou à reportagem que o casal não se feriu e passa bem.
Um dos trabalhos da polícia agora é investigar se os criminosos sabiam da ligação de Frederico com o político, para entender se isso pode ter motivado o ataque.
— Nenhuma hipótese é descartada. Mas, pelo que apuramos até agora, é possível que o grupo não soubesse do parentesco com o ex-governador. O relato que temos é que os criminosos estavam tensos, nervosos, em uma ação que beirou o amadorismo. Parece ter sido motivada mais pelo lucro patrimonial do que pelo objetivo de manter as pessoas sob cárcere — explica o delegado.
A polícia irá investigar também como os criminosos chegaram até o local onde a ação foi iniciada, se estavam a pé ou usavam algum veículo. O carro das vítimas não foi localizado até o momento.
Por ter iniciado na Capital, o caso deve ficar com equipes da polícia de Porto Alegre.