
O juiz Charles Bittencourt, da Justiça Instantânea (JIN), decidiu pela manutenção da internação provisória de dois adolescentes que confessaram envolvimento na morte de Kauê Borile Weirich Xavier, 16 anos, durante emboscada na zona sul de Porto Alegre. Todos eram amigos.
O homicídio ocorreu no dia 25 de março deste ano nas proximidades da Avenida Juca Batista, no bairro Cavalhada. A motivação ainda não foi esclarecida pela polícia e mensagens trocadas entre eles por celulares estão sendo analisadas.
A audiência foi realizada de forma virtual na quinta-feira (2) em razão do isolamento pelo risco de contaminação do coronavírus. O pedido de internação foi do promotor Alexandre Loureiro.
Segundo ele, a manutenção dos jovens na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) é importante porque a apuração dos fatos ainda continua e, principalmente, porque os dois possuem um perfil considerado perigoso.
— O resultado trágico que atinge toda a sociedade, notadamente para proteção e pacificação do ambiente juvenil em que ocorreu o fato e de toda comunidade atingida pela trágica notícia do fato — relatou Loureiro.
Um dos adolescentes internados foi ouvido na audiência realizada e o outro será ouvido nesta sexta-feira (3). O delegado Raul Vier, da 2ª Delegacia para o Adolescente Infrator (DPAI), analisa mensagens trocadas entre os adolescentes por telefone. O objetivo é confirmar o real motivo do homicídio.
Um dos adolescentes, que tem 16 anos, disse que planejou a morte de Kauê por cerca de três meses porque ele teria se envolvido com a sua namorada. Mas Vier disse que essa versão ainda não está muito clara.
Já o outro adolescente, que tem 15 anos, teve uma ocorrência registrada contra ele pelo ato infracional de ameaça contra a própria família. Os dois usaram facão, martelo e machado para mutilar a vítima em um matagal na zona sul da cidade.