A Brigada Militar (BM) de Lajeado, no Vale do Taquari, apreendeu um veículo suspeito de ter sido utilizado na fuga da quadrilha que entrou em confronto com a Polícia Federal (PF) em Cristal, no Sul do Estado. Na ocorrência, duas mulheres foram mortas pela PF e uma criança de quatro anos ficou gravemente ferida. O carro, um Fox prata, foi encontrado no bairro Jardim do Cedro, abandonado em uma estrada vicinal. Ele tinha ocorrência de roubo e as placas foram clonadas, de acordo com um investigador da Polícia Federal, que pediu para ter o nome preservado.
A apreensão aconteceu no final da manhã desta quarta-feira (17), e o carro passa agora por perícia, para confirmar a participação no crime. O trabalho busca digitais que liguem o automóvel a um suspeito de integrar a quadrilha que assaltou um banco no dia 6 de julho na cidade de Dom Feliciano.
Na madrugada desta quarta-feira, quatro veículos que eram monitorados pela Polícia Federal furaram uma das duas barreiras montadas na estrada que liga Cristal a Amaral Ferrador, no sul do Estado. Na barreira seguinte, houve troca de tiros, e os policiais conseguiram impedir o avanço de um Honda Civic e de um Celta, enquanto os outros dos automóveis escaparam. No confronto, os policiais balearam Marcos Luís Berghann, 34 anos, condenado por homicídio que estava em prisão domiciliar. Duas mulheres que acompanhavam o comboio morreram na ação, e um menino de quatro anos, filho de Berghann, foi baleado.
Segundo a fonte ligada à Polícia Federal, "há convicção" de que o Fox encontrado em Lajeado "é o mesmo carro que fugiu na madrugada, bastando a perícia comprovar o fato".
No Fox, foram encontrados potes de miguelitos (ferros retorcidos usados para perfurar pneus), coletes com distintivo da BM, rádios na frequência da BM, notebooks e telefones celulares, além de máscaras de látex, usadas para dificultar o reconhecimento durante as ações criminosas.
Segundo o comandante da Brigada Militar na região sul, Tenente Coronel Roberto Pereira, o veículo bate com todas as descrições dos agentes que estavam na barreira.
— Bem possível que seja o mesmo carro. A descrição bate, o local onde foi deixado é da região das mulheres mortas. Tudo leva a crer — avalia.
O comandante suspeita que o material encontrado dentro do veículo seria utilizado no resgate aos criminosos que, há mais de 10 dias, estão escondidos em matagais da região.
Ninguém foi preso na ação.