Um assalto a um casal de médicos que ocorreu na noite de quarta-feira (19), no bairro Petrópolis, na zona norte de Porto Alegre, intriga a Polícia Civil. A dupla de ladrões rendeu a família sem violência, entrou no apartamento e fugiu com US$ 70 mil.
Embora o condomínio esteja em área nobre da Capital, não conta com câmeras de vigilância, o que dificulta a investigação. Além disso, o porteiro não estaria em seu posto de trabalho na hora do crime. À reportagem, o homem disse que estava de serviço, mas não quis revelar detalhes do que aconteceu pois foi orientado a não dar informações.
– Não podemos falar nada para não atrapalhar a investigação da polícia – se limitou a dizer.
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O prédio de quatro andares e dois apartamentos por andar conta com um portão de pedestre com chave codificada e duas entradas laterais para os carros por meio de dois portões eletrônicos.
Segundo uma moradora que preferiu não ser identificada, após o assalto, os códigos das chaves foram trocados e o condomínio está providenciando câmeras de monitoramento para instalar nos acessos principais do prédio. Ela disse que ficou assustada e que não imagina como os ladrões conseguiram entrar no edifício.
– Foi horrível, nunca tinha acontecido uma coisa dessas aqui – contou a mulher.
Era por volta de 21h quando o médico desceu até o térreo para acompanhar a amiga da filha adolescente que estava de saída. Os dois não conseguiram chegar até o portão, pois foram abordados pelos ladrões armados no meio do caminho.
Os assaltantes renderam o homem e a garota e os fizeram retornar ao apartamento. O médico, a mulher, o casal de filhos adolescentes e a amiga da filha tiveram os punhos imobilizados com lacres. Nenhuma das vítimas foi agredida.
Ação durou cerca de 20 minutos
Sem mostrarem os rostos que estavam cobertos com touca, os bandidos reviraram o apartamento e roubaram os dólares e os celulares. Alguns objetos da casa chegaram a ser embalados, mas foram deixados no apartamento. Os celulares que possuem rastreadores foram abandonados na rua.
A família conseguiu se desvencilhar das amarras alguns minutos após o crime. A Brigada Militar foi acionada e chegou por volta de 22h no endereço. O registro da ocorrência foi feito ainda na noite de quarta-feira, mas, como as vítimas estavam abaladas, os depoimentos começaram a ser colhidos na manhã desta quinta-feira (20). Até o final da tarde, apenas a médica e o filho tinham procurado a delegacia.
Uma das suspeitas apontadas pela delegada Vandi Lemos Tasch, da 8ª Delegacia de Polícia, é a de que os ladrões poderiam ter conhecimento sobre o dinheiro que era guardado no apartamento.
– A primeira hipótese num caso como esses de roubo a residência é essa, a de que o crime pode ter sido direcionado ao casal (e não a qualquer morador).
A ação que durou cerca de 20 minutos foi considerada ardilosa pela polícia. O que a difere de outros casos é que não houve emprego de violência. A delegada solicitou as imagens das câmeras de vigilância dos condomínios vizinhos, mas o material não havia sido entregue até o final da tarde desta quinta-feira.