O bioquímico Ênio Luiz Carnetti responde desde a manhã desta segunda-feira (19) ao Tribunal do Júri pelas mortes da sua mulher Márcia Cambraia Calixto Carnetti, aos 39 anos, e o próprio filho, Matheus Calixto Carnetti, aos cinco anos. O Ministério Público o denunciou pelo duplo assassinato e a pena pode chegar a 45 anos de prisão.
O crime
Em 26 de julho de 2012, Márcia foi encontrada pela Polícia Civil e a Brigada Militar morta a facadas, caída de bruços, no chão do quarto de casal na casa da família, na Rua Sargento Nicolau Dias de Faria, no bairro Tristeza, zona sul de Porto Alegre. O filho dela também foi assassinado a facadas, e estava deitado na cama de seu quarto, de pijama. O crime teria acontecido na véspera.
Foi no dia 25 que Ênio Luiz Carnetti saltou da ponte sobre o Canal Furado, na BR-290. Ele acabou salvo por pescadores e socorrido ao Hospital de Pronto Socorro (HPS). Foi só quando o hospital tentou contato com a família que as autoridades desconfiaram do que pudesse ter acontecido.
Diversos bilhetes escritos a mão pelo bioquímico foram encontrados pela casa. Ele escrevia que "preferia morrer a ir para a prisão" e que teria assassinado o filho "para ele não sofrer".
Prisão
Três dias depois, o bioquímico, já recuperado dos ferimentos da queda, teve a prisão preventiva confirmada e foi transferido para o Presídio Central.
Perseguição à mulher
Segundo a Polícia Civil, Carnetti teria investigado a mulher antes de cometer o crime. Em julho de 2012, ZH publicou reportagem na qual uma amiga de Márcia, que teve identidade preservada por segurança, disse que Ênio Luiz Carnetti, na época com 46 anos, perseguia a mulher no trabalho.
Indiciamento e denúncia
No mesmo mês, Carnetti foi indiciado por homicídio duplamente qualificado. Em agosto, o Ministério Público denunciou o bioquímico pelos mesmos crimes.