A polícia começou, na manhã desta quinta-feira, a ouvir testemunhas e analisar imagens de câmeras de monitoramento da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e de empresas no centro de Porto Alegre. Os equipamentos podem ter flagrado o homem responsável pelo ataque a um ônibus da linha Parque dos Maias, no final da tarde de quarta-feira, no terminal Parobé.
– É pior do que ser roubado, porque com os assaltos no Centro a gente até se acostuma. Isso que aconteceu foi um pânico geral. Quando aquele homem entrou no ônibus mandando todos descerem. Eu nem estava levando a sério, mas aí ele soltou gasolina onde estava o motorista – conta um homem que estava no coletivo naquele momento e prefere não ser identificado.
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Cerca de 15 pessoas já estavam dentro do ônibus, além do cobrador e do motorista, quando um homem segurando um galão de gasolina embarcou gritando para que todos descessem. Depois de despejar combustível entre a roleta e o para-brisas, o criminoso ateou fogo ao coletivo. No momento de fugir, uma labareda ainda teria lhe atingido em um dos pés.
– Eu não conseguia acreditar. Não tinha visto se o motorista tinha conseguido sair. Só depois percebi que ele já estava do lado de fora – lembra a testemunha.
Conforme os investigadores da 17ª Delegacia de Polícia (DP) de Porto Alegre, o motorista ainda correu atrás do criminoso por cerca de uma quadra, mas não o alcançou. Foi emitido alerta aos hospitais da região, mas não entraram pessoas semelhantes ao suspeito com queimaduras nos pés.
Do coletivo, só sobrou a carcaça, que foi periciada durante a manhã desta quinta-feira. A polícia solicitou o levantamento usual para casos de incêndios. Segundo testemunhas, o fogo foi alimentado com gasolina, mas só a perícia responderá.
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– Ainda não sabemos a motivação desse crime. O suspeito não falou nada sobre isso, nem ameaçou as pessoas que estavam ali. Poderemos estabelecer uma linha de investigação mais clara a partir dos levantamentos das imagens – aponta o delegado Luiz Ferando Soares.
Nenhuma das testemunhas ouvidas durante a manhã reconheceu o suspeito nas primeiras imagens coletadas pela polícia. Conforme o delegado, as imagens devem ser melhor trabalhadas, com separações de alguns trechos, para que as testemunhas sejam novamente ouvidas na tentativa de algum reconhecimento.