O roubo de um helicóptero, na tarde de sábado, deve deixar a segurança pública gaúcha em estado de alerta. No grau máximo, se for possível.
Nos próximos dias deve ficar claro, a partir da investigação policial, o que criminosos pretendiam fazer com a aeronave roubada na Serra, em pleno voo, e deixada em Triunfo. Uma das hipóteses que deve ser levada em consideração, porém, é que o helicóptero fosse empregado no resgate de presos.
Em linha reta, a cidade de Triunfo fica distante cerca de 10 quilômetros de Charqueadas, onde funciona o maior complexo prisional do Estado. É na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) que estão alguns dos líderes de facções que se digladiam na Região Metropolitana. Além da Pasc, Charqueadas abriga as superlotadas penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), Modulada de Chasqueadas e Estadual de Chasqueadas.
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Outro alvo possível poderia ser o Presídio Central, em Porto Alegre, que fica um pouco mais distante de Triunfo (cerca de 80 quilômetros), uma distância que poderia ser vencida com tranquilidade por um helicóptero.
Vale lembrar que agentes do Departamento Estadual do Narcotráfico (Denarc) descobriram, no mês passado, um túnel cinematográfico no Central. A descoberta abortou a fuga de dezenas de presos da maior prisão do Estado, que provavelmente ocorreria em pleno Carnaval.
O uso de aeronaves em fuga de prisões inexpugnáveis faz parte da história do crime organizado no Brasil. No último dia de 1985, o lendário traficante José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha, fundador do Comando Vermelho, fugiu a bordo de um helicóptero, do presídio da Ilha Grande, em Angra dos Reis.
Dois anos depois, o traficante Paulo Roberto de Moura Lima, o Meio Quilo, tentou repetir a façanha, para fugir da penitenciária Frei Caneca, mas o helicóptero caiu, em chamas, após ser atingido por tiros da polícia. Meio Quilo, o piloto e outro preso morreram.
