O delegado da Polícia Civil Omar Sena Abud, o comissário aposentado Luiz Armindo de Mello Gonçalves e mais três pessoas foram denunciadas, na tarde desta quarta-feira, por crimes como financiamento de organização criminosa. Além dos dois, foram denunciados pelo Ministério Publico (MP) a mulher do comissário, Maria dos Santos Gonçalves, o filho deles, Rafael Mello Gonçalves e o sobrinho do delegado, Thiago Abud Dias. Conforme a assessoria do MP, eles devem responder por lavagem de capitais, com valores estimados R$2,1 milhões.
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O Ministério Público também vai pedir o confisco dos bens que são produto ou proveito dos crimes descobertos, e a perda do cargo e a proibição do exercício de função pública. Conforme as investigações, entre 2011 e 2017, Omar Abud e Luiz Armindo Gonçalves financiaram, promoveram, integraram e constituíram organizações criminosas destinadas às práticas dos crimes de receptação qualificada, roubo de cargas, lavagem de capitais, estelionatos e crimes fiscais estaduais.
Abud e Gonçalves aproximavam-se de integrantes de organizações criminosas para emprestar dinheiro mediante contas bancárias próprias ou de terceiros, além de protegê-las das ações do Estado, informando antecipadamente ações da Polícia e interferindo em diligências de investigação. Em troca, eles recebiam o pagamento de juros entre 20% e 100% do valor emprestado e criavam vínculo com as organizações.
Até a publicação desta reportagem, os advogados dos denunciados não foram encontrados para comentarem o caso.