Cansados de esperar pela ajuda da Brigada Militar (BM), moradores do bairro Camaquã, na zona sul de Porto Alegre, liberaram um ladrão que haviam contido depois de ele roubar dinheiro e cigarros de uma padaria na região. Após assaltar o estabelecimento e ser perseguido, na manhã deste domingo, o homem foi imobilizado e ficou detido por 40 minutos enquanto testemunhas chamavam os policiais pelo 190. Como a Brigada não apareceu, o bandido foi solto.
O homem, não identificado, roubou o caixa da padaria por volta das 10h, simulando estar armado. Segundos depois do ataque, a movimentação chamou a atenção de um taxista que passava pelo local e acionou o rádio para alertar outros motoristas. O assaltante foi perseguido de carro por cerca de 800 metros até ser contido na Avenida Otto Niemeyer por pessoas que passavam pela via.
Assim que o ladrão foi imobilizado, as testemunhas verificaram que ele não estava armado e começaram a ligar para a polícia. Segundo uma das pessoas que ajudou na ação e pediu para não ser identificada, a resposta do atendimento da BM era sempre a mesma: "Estamos a caminho".
Cerca de R$ 40 e os cigarros roubados do estabelecimento foram recuperados. O proprietário da padaria assaltada, que estava ajudando na contenção do ladrão, desistiu de esperar porque precisava voltar ao local de trabalho. O restante das pessoas que seguravam o homem, diante da demora da chegada da BM, o liberaram.
– Tinha que iniciar a produção na padaria. Sei que se ele fosse preso, daqui a pouco iria ser solto, provavelmente não daria em nada – lamentou o dono do estabelecimento que, por medo de represálias, também pediu para não ser identificado.
O comerciante afirma que a padaria já foi assaltada três vezes este ano. Segundo ele, os ataques a mercados na região são comuns:
– (Os assaltantes) fazem um tipo de revezamento. Quando não é aqui, é no mercado da esquina.
Como medida de prevenção, o padeiro já pensou em colocar grades na fachada, mas avalia que se tomasse essa atitude poderia espantar clientes. Outra alternativa seria contratar uma empresa de segurança particular, mas o comerciante diz não ter como arcar com o custo.
Procurado pela reportagem, o comandante do 1° Batalhão de Polícia Militar (BPM), Alexandre Brite, alegou que não havia recursos disponíveis naquele momento. Segundo ele, todas as viaturas estavam ocupadas em outras ocorrências na região.
"Assim que liberadas, foram até lá (avenida Otto Niemeyer), porém, não mais se encontravam as partes", informou o tenente-coronel.