O delegado Paulo Rogério Grillo poderá pedir a liberdade dos três policiais civis paranaenses envolvidos na morte do sargento da Brigada Militar (BM) Ariel da Silva, 40 anos, depois da reconstituição do crime, prevista para começar às 23h desta terça-feira, em Gravataí.
Os agentes do Tático Integrado Grupo de Repressão Especial (Tigre), da Polícia Civil do Paraná, chegaram ontem ao Rio Grande do Sul, e permaneciam presos na carceragem do Grupamento de Operação Especiais (GOE), em Porto Alegre.
A possibilidade de pedir à Justiça a liberdade dos paranaenses depende dos resultados da reconstituição. O delegado Grillo, da Corregedoria-geral da Polícia Civil (Cogepol), espera complementar as informações da investigação com a reconstituição, o que livraria o trio de permanecer preso temporariamente em Curitiba (PR). A decisão deverá ser tomada amanhã, ressaltou o delegado.
- Na medida em que já obtivemos deles tudo que precisávamos no processo investigativo, podemos representar nesse sentido para a juíza que decretou a prisão temporária deles, de que não temos mais necessidade de mantê-los presos para a investigação - afirmou Grillo.
Em Gravataí, os agentes paranaenses deverão estar acompanhados pelo delegado Renato Bastos Figueiroa, que comanda o grupo especial paranaense de combate a sequestros.
Ainda com resquícios do mal-estar que afetou as corporações e mesmo os governos dos dois Estados, Figueiroa comentou, no site do jornal Gazeta do Povo, sobre a chance de os seus subordinados serem libertados:
- Cabe à Justiça (decidir). Mas, na minha opinião, não deveriam nem ter sido presos.
Paranaenses entraram no Estado sem avisar
A série de ações malsucedidas das polícias paranaense e gaúcha ocorreu em dezembro passado. Sem troca de informações entre as duas corporações, os paranaenses entraram no Estado para localizar os sequestradores de dois empresários do Paraná.
O sargento, confundido com um bandido, foi morto pelos agentes do Tigre em Gravataí. Horas depois, o delegado regional Leonel Carivali tentou impedir a fuga dos sequestradores e acabou atingindo o empresário Lírio Persch, 50 anos, que era um dos reféns, com sua pistola calibre .40 - a perícia confirmou a origem do tiro.