Os pais do bebê britânico Charlie Gard, que sofre de uma doença genética rara em estágio terminal, abandonaram nesta segunda-feira (24) sua batalha legal para levar o filho aos Estados Unidos para um tratamento experimental.
O advogado que representa o casal Connie Yates e Chris Gard explicou ao juiz Nicholas Francis que "o tempo acabou" e que seus clientes tomaram essa decisão após as últimas tomografias cerebrais do bebê de 11 meses.
Leia mais:
Caso Charlie Gard: espetacularização fez com que resolução se tornasse difícil
Três irmãos de São Jerônimo que sofrem da mesma síndrome rara tentam tratamento nos EUA
O caso de Charlie, vítima de uma doença genética rara que afeta as mitocôndrias, células responsáveis pela produção de energia e pela respiração, provocou grande polêmica na Grã-Bretanha.
Os médicos que cuidam da criança desde seu nascimento aconselharam os pais a deixarem o filho morrer e tiveram apoio da Justiça para desativar o suporte hospitalar.
Em razão disso, os pais levaram o caso ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. O juiz Francis decidiria se os exames clínicos permitiriam aos pais tirar o bebê do hospital e levá-lo para os Estados Unidos. Lá, seria submetido a um tratamento experimental.
Diante das últimas evidências médicas, porém, o advogado da família anunciou ao juiz que "continuar com esse tratamento já não beneficiaria a saúde de Charlie".
"Charlie já sofreu uma atrofia muscular severa" e "o dano a seus músculos é irreversível", explicou o advogado, na presença dos pais, muito emocionados.