A capital gaúcha registrou as duas primeiras mortes por gripe A do ano no Rio Grande do Sul. Até esta data, no ano passado, nenhum óbito relacionado ao H1N1 havia sido notificado. Mesmo depois das mortes, a campanha de vacinação não deve ser antecipada novamente, segundo a Secretaria Estadual da Saúde: segue com início previsto para o dia 25 de abril.
O secretário da pasta, João Gabbardo dos Reis, informou que 50% das 3,6 milhões de doses previstas para o Estado devem ser entregues pelo governo federal até o dia 15 de abril, mas serão necessários 10 dias para distribuir as vacinas às unidades de saúde da Capital e do Interior. Leia a entrevista feita por telefone:
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Por que o Rio Grande do Sul não antecipará ainda mais o início da vacinação, assim como em São Paulo, onde começará no dia 11?
A vacina é produzida em São Paulo, no Instituto Butantan, então, as primeiras doses do país inteiro vão ser distribuídas lá, até porque o Estado está em uma situação mais crítica. São Paulo vai começar para alguns grupos (de risco), não para todos. Agora, para o restante do país, o Ministério da Saúde tem um cronograma, não tem como começar antes. Quando as primeiras vacinas chegarem (ao Rio Grande do Sul), vão ser distribuídas para os locais mais distantes. As vacinas vão chegando aos poucos, não tem como começar em uma unidade e não começar na outra, vão começar em todas no dia 25 (inicialmente o início da campanha estava previsto para o dia 30).
Como as pessoas irão esperar três semanas para a vacinação com o vírus circulando no Estado?
Acontece que não tem como fazer a vacina antes da hora. A vacina da gripe, diferente das outras, não é reproduzida de um ano para o outro. Por isso, não se consegue concluir antes do tempo previsto. Além disso, não dá para iniciar a vacina muito antes do inverno, porque o pico de proteção é de dois meses, e corremos o risco de, quando chegarmos no inverno, não estarmos com a melhor resposta da vacina.
O que as pessoas devem fazer enquanto a vacina não chega?
Fazer a prevenção. Quando estiver gripado, não andar em locais com grande concentração de pessoas. Não colocar as mãos na boca ao espirrar, colocando o braço, e lavar as mãos com frequência. Quando sentir sintomas da gripe, procurar atendimento médico, principalmente quem tem doença respiratória, cardíaca ou relacionada à baixa imunidade. Quem foi vacinado no ano passado ainda tem os anticorpos para os vírus da última vacina. São Paulo hoje vive um surto antecipado de H1N1.
Como o Rio Grande do Sul está se preparando para um possível surto?
Chama atenção que os casos (deste ano) são mais graves. No ano passado, tivemos muitos casos do vírus B, que é menos grave do que o H1N1. A preparação que se tem para fazer é a imunização, a vacina, que já será distribuída antes da hora. As pessoas têm de se prevenir e buscar atendimento quando necessário. Os óbitos deste ano mostram que pessoas do grupo de risco não foram vacinadas na última campanha. Como o governo pode evitar isso este ano? Com campanhas de mobilização das pessoas, das pessoas se dando conta da necessidade da vacina. Grupos de risco não podem deixar de receber a dose.