
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou nesta terça-feira um plano estratégico de resposta à epidemia de zika que prevê investimentos globais de US$ 56 milhões (R$ 224 milhões). Pelos critérios de distribuição, o Brasil receberá a maior parte dos recursos. As ações previstas envolvem vigilância, campanhas, controle do mosquito, cuidados médicos e pesquisa. Outros R$ 500 milhões, de um fundo planejado para o ebola, podem ser destinados ao combate da emergência internacional causada pelo Aedes aegypti.
O principal objetivo do plano, segundo a OMS, é "investigar e dar respostas sobre a relação entre zika e microcefalia e outras complicações neurológicas". Segundo a diretora-geral da entidade, Margaret Chan, embora a zika fosse antes considerada uma doença branda, "a situação hoje é dramaticamente diferente", devido a possíveis ligações com complicações neurológicas e malformações congênitas.
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A OMS e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) financiarão US$ 25 milhões, enquanto US$ 31 milhões serão divididos entre o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) e outros parceiros. Embora a distribuição dos recursos seja global, só os países com presença do Aedes, da zika e de malformações congênitas receberão recursos em todas as áreas. Apenas o Brasil preenche todos os quesitos. Países que têm o mosquito, mas não têm a presença de zika, por exemplo, só receberão recursos na área de vigilância e controle do vetor.
Segundo o plano da OMS, quase US$ 15,5 milhões serão investidos no engajamento das comunidades e mais de US$ 14,2 milhões em assistência às pessoas afetadas. Serão distribuídos US$ 7 milhões para vigilância – que inclui diagnósticos e monitoramento da microcefalia –, mais US$ 6,4 milhões para controle do Aedes aegypti e US$ 6,3 milhões para pesquisas.
Instituições internacionais estudam financiamento do combate ao zika
Já o Banco Mundial trabalha na formação de um fundo internacional de US$ 500 milhões para combate de pandemias que poderia ser utilizado no surto de zika. A ideia de criação do fundo começou a ser discutida no ano passado, em resposta ao surto de ebola, e ganhou nova urgência com o zika. Os recursos seriam usados no apoio aos países afetados pelas doenças e no fortalecimento de agências regionais.
O embaixador da União Europeia, João Gomes Cravinho, também anunciou a abertura de uma linha de crédito de 10 milhões de euros para financiar pesquisas relacionadas ao vírus zika. A ideia é que consórcios formados por institutos, incluindo brasileiros, inscrevam-se para participar da disputa.