Não são só os pulmões que sofrem com o hábito de fumar. Pele, cabelos e sistema vascular, por exemplo, também são prejudicados pelo consumo de cigarro. Além dos danos ao corpo e à saúde, o tabagismo também provoca impactos ambientais.
Com o intuito de alertar a população sobre os malefícios do tabagismo, todo 31 de maio é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Para se ter uma ideia do tamanho do problema, o tabagismo mata mais de 8 milhões de pessoas no mundo anualmente. Dessas, cerca de 7 milhões estão relacionadas ao consumo direto, enquanto 1,2 milhão são provocadas pelo fumo passivo, conforme a OMS.
No Brasil, o cenário preocupa: o tabagismo provoca cerca de 160 mil mortes todo o ano e o custo de assistência médica para tratar problemas decorrentes do fumo supera R$ 125 bilhões, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Ainda conforme o Inca, maioria da causa das mortes provocadas pelo tabagismo é por Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. A segunda maior causa das mortes são associadas a problemas cardíacos e, em terceiro lugar, estão óbitos em decorrência de cânceres.
Segundo a OMS, o tabagismo é uma doença que contribui para o desenvolvimento dos seguintes tipos de câncer: leucemia mielóide aguda; câncer de bexiga; câncer de pâncreas; câncer de fígado; câncer do colo do útero; câncer de esôfago; câncer de rim e ureter; câncer de laringe (cordas vocais); câncer na cavidade oral (boca); câncer de faringe (pescoço); câncer de estômago; câncer de cólon e reto; câncer de traquéia, brônquios e pulmão.
Questão ambiental
Além dos danos ao corpo, o tabagismo também está relacionado com problemas ambientais. Segundo Ruediger Krech, diretor de promoção da Saúde da OMS, são 4,5 trilhões de bitucas descartadas por ano em todo o mundo. Cada uma delas pode contaminar 100 litros de água quando vão parar em calçadas, rios e no oceano.
Além disso, os filtros de cigarro contêm microplásticos –fragmentos minúsculos detectados em todos os oceanos e até mesmo no fim da fossa mais profunda do mundo – e constituem a segunda maior forma de poluição por plástico no mundo, de acordo com o relatório.
4 dicas para parar de fumar
1. Desejo próprio: a pessoa precisa se convencer de que parar será a melhor escolha para sua vida.
2. Auxílio externo: tentativas de parar por conta própria são bem-vindas, contudo, médicos também podem aconselhar os pacientes a largar o vício.
3. Tratamento comportamental: alguns casos podem necessitar de tratamentos comportamentais com uso de medicamentos. O pneumologista diz que podem ser prescritas pastilhas, adesivos e gomas de mascar que vão mascarar a abstinência da nicotina.
4. Tratamentos multidisciplinares: com a ajuda de médicos, professores de Educação Física, psicólogos e nutricionistas, o paciente trabalha diversos aspectos para abandonar o vício.
Fontes: pneumologista Luiz Carlos Corrêa da Silva, da Santa Casa de Porto Alegre, angiologista Marcos Arêas Marques, membro titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), e Sergio Palma, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)