Portugal, que lidera a lista de países com maiores índices de vacinação do mundo contra a covid-19, com 87,56% da população com duas doses, prevê novas restrições para enfrentar um novo agravamento da epidemia. O país também enfrenta um aumento das hospitalizações e do número de casos da doença.
No último sábado, o país registrou 1.816 novos casos, o maior número desde que despontou como case de sucesso da vacinação mundial. Na terça-feira, Portugal tinha 486 pessoas internadas por covid-19, incluindo 80 em UTIs.
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu o retorno do uso obrigatório da máscara em espaços abertos.
– Parece óbvio – declarou aos jornalistas durante um evento em Lisboa na noite de terça-feira.
O uso de máscara, instaurado em outubro de 2020, foi suspenso em 13 de setembro, quando o país atingiu 80% da população imunizada. A proteção segue recomendável em caso de reunião ou quando é impossível respeitar o distanciamento social.
As temperaturas mais baixas, com a proximidade do inverno, a circulação dos vírus respiratórios e a maior tendência de concentração das pessoas em espaços menos arejados ajudam a explicar o aumento dos casos. Há medo também de que, no inverno, as pessoas mais idosas enfrentem uma nova onda de infecções. Por lá, pessoas com mais de 65 anos recebem a dose de reforço da vacina.
O primeiro-ministro do país, o socialista António Costa, também sugeriu na terça-feira que o país poderia restabelecer algumas medidas restritivas devido ao aumento de casos na Europa, em particular com a aproximação das festas de fim de ano.
– Temos que agir agora (...) Quanto mais tarde, mais riscos – advertiu Costa, ao mesmo tempo que descartou a possibilidade de impor novamente o estado de emergência, que permaneceu em vigor por quase seis meses, entre novembro de 2020 e abril de 2021.
Este regime excepcional permitiu a adoção de medidas para restringir certas liberdades, como o confinamento imposto no início do ano, quando o país estava entre os mais afetados pela pandemia.
O governo tomará as decisões após uma reunião com especialistas, programada para sexta-feira (19).
Com 10 milhões de habitantes, Portugal registrou mais de 1,1 milhão de casos e 18.274 mortes desde o início da pandemia.