A Secretaria Estadual da Saúde (SES) e o Conselho das Secretarias Municipais da Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS) preparam ofício ao Ministério da Saúde para cobrar mais agilidade no fornecimento de doses da CoronaVac para cobrir as segundas aplicações de quem já recebeu a primeira injeção há 28 dias ou mais. A decisão foi tomada em reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) no final da tarde desta quinta-feira (22).
Há preocupação com o atraso do cronograma de envio das vacinas do Ministério da Saúde aos Estados. No Rio Grande do Sul, são mais de 300 mil pessoas que já fecharam ou estão prestes a completar o período entre as duas aplicações recomendado pelo Instituto Butantan — referente às doses distribuídas em 20 e 26 de março.
— Sabemos que esse problema não é exclusividade do Rio Grande do Sul. Mas precisamos cobrar do Ministério da Saúde o envio ágil dessas doses para que possamos concluir o esquema vacinal. Esperamos que o Butantan consiga recuperar o tempo perdido sem o IFA (ingrediente farmacêutico ativo, matéria-prima das vacinas que é enviada pela China e cujo transporte atrasou) e recomece a produção em escala para fazer novas entregas o mais rapidamente possível — afirmou a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann.
A diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Cynthia Molina Bastos, disse que não há evidência de que a ampliação do prazo para a aplicação da segunda dose prejudique o esquema vacinal. Mas destacou que é importante que se tome o quanto antes.
— O Ministério da Saúde vinha apontando um calendário regular de entrega que não está mais sendo cumprido. Essa remessa que chega amanhã é insignificante para atender a toda a demanda que precisamos. Fora o fato de que no início os frascos rendiam mais doses — disse o vice-presidente do Cosems, Naasom Luciano.
O presidente do conselho, Maicon Lemos, reforçou a preocupação:
— Estamos estimulando a população, diariamente, a tomar a vacina contra a covid. Agora, precisamos de doses para completar a vacinação de todos.