O coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus do governo de São Paulo, João Gabbardo, projetou a produção da CoronaVac pelo Instituto Butantan na capacidade máxima em no máximo 40 dias. Isso significa que Butantan será capaz de produzir 1 milhão de doses do imunizante a partir de abril.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta sexta-feira (5), Gabbardo explicou que o instituto se desdobra atualmente em produzir a vacina contra gripe, além da CoronaVac. No momento em que finalizar a produção do imunizante contra influenza, a fábrica poderá se dedicar somente ao combate à covid-19.
Ainda conforme o coordenador, em abril o Butantan finalizará a entrega de 46 milhões de doses ao Ministério da Saúde, previstas para serem entregues até maio. Este lote é complementar a outro adquirido em 7 de janeiro. Gabbardo enfatiza que "da parte do Butantan, não vai haver prejuízo, pelo contrário, vamos entregar antes do previsto", mas sinaliza: vai faltar vacina para imunizar a população.
— É insuficiente. Precisamos de outras vacinas, precisamos (das doses) da Astrazeneca, que estão demorando para serem liberadas. E as notícias de ontem (quinta-feira) do ministério da saúde que vai fazer aquisições da Pfizer, Johnson, Sputnik. A meta da saúde é vacinar no menor prazo possível — disse Gabbardo, que é a favor da aquisição de vacinas por Estados e municípios.
— Estamos em contato com todos os produtores de vacina para fazer aquisição para o Estado de São Paulo. Isso está evoluindo. A Capital também está em contato. Não tenho dúvida que os Estados farão isso. (...) Estados e municípios comprando vacinas, ou mesmo mostrando o interesse, já funciona. O governo federal funciona com reação. Eles vão tentar de tudo para fazer com que isso não aconteça — analisou.
Em carta enviada ao presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira (4), governadores de 14 Estados cobraram celeridade do governo federal na compra e na aplicação de vacinas contra o coronavírus no país. No documento, os gestores estaduais lembram que o percentual de vacinas aplicado em território nacional ainda é muito baixo e que, no ritmo atual, o Brasil passará o ano lamentando perda de vidas.