Com o colapso de seu sistema de saúde, Manaus, capital do Amazonas, receberá o segundo hospital de campanha do governo federal. A informação foi dada pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Neste sábado (11), ao visitar com o presidente Jair Bolsonaro as obras do hospital de campanha que está sendo construído em Águas Lindas, Goiás, Mandetta disse que assinará a ordem de serviço de uma unidade para o município do Amazonas neste domingo (12).
O hospital de campanha de Manaus terá a mesma capacidade do de Águas Lindas. Serão 200 leitos adaptáveis para unidades de tratamento semi-intensivas, com tubulação e suporte para respiradores. O ministro não quis estabelecer um prazo para a execução da obra, que será conduzida pelo governo federal. A unidade de Goiás levará 15 dias para ser erguida, segundo o Ministério da Infraestrutura.
O hospital Delphina Aziz, referência no tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus no Amazonas, colapsou, segundo relato de um funcionário feito na madrugada desta sexta-feira (10). Ele descreveu um cenário de UTI e sala de emergência lotados, duas mortes e a família de uma idosa orientada a levá-la para morrer em casa.
Segundo ele, é a primeira vez que a instituição, localizada na zona norte de Manaus e reservada apenas para casos de covid-19, entra em colapso. Com a taxa de incidência de coronavírus mais alta do país (19,1 por 100 mil habitantes), o Amazonas é uma das cinco unidades da federação com indícios de transição para a fase de aceleração descontrolada de casos.
A descrição indica que o Delphina Aziz foi o primeiro hospital público de referência do país a colapsar em razão da epidemia. Há pacientes infectados por coronavírus em outras unidades hospitalares de Manaus, que também atendem a outras doenças.
A capital do Amazonas é a única cidade com UTI do maior Estado do país, com um território um pouco maior do que a soma das regiões Sul e Sudeste.