O nível do Guaíba voltou a subir nas últimas horas, gerando novas preocupações às autoridades e à população de Porto Alegre. A depender do tamanho desta alta, e de seus efeitos ao fluxo do trânsito no novo corredor humanitário erguido ao lado da Rodoviária, a prefeitura de Porto Alegre não descarta a possibilidade de realizar uma elevação da altura desta nova via de acesso à Capital.
A alteração ocorreria por meio da Secretaria de Obras e Infraestrutura (Smoi) e da Secretaria de Serviços Urbanos (SMSurb). Conforme calcula o secretário da SMSurb, o engenheiro Assis Arrojo, o novo corredor de acesso, como está feito hoje, ainda é capaz de manter o fluxo de trânsito no local mesmo que o Guaíba continue elevando seu nível até perto da marca de 5m30cm, pelo menos.
Se o nível subir ainda mais, e o acúmulo de água eventualmente impactar o acesso ao corredor humanitário, a prefeitura já projeta a realização de a obra de elevação desta nova via de ingresso e saída de Porto Alegre a partir da Rua da Conceição.
— Estamos monitorando de forma permanente o local, e mesmo que o nível do Guaíba ultrapasse a marca de 5m30cm, ou até 5m40cm, ainda vai depender do comportamento do acúmulo de água e dos ventos, por exemplo, para ver se o acesso será impactado. Se for necessário, poderemos sim realizar uma obra de elevação deste novo corredor — afirma o secretário.
Ainda de acordo com Arrojo, com a estrutura já montada no local, esta possível obra no corredor poderia elevar o acesso entre 50 centímetros e um metro. Segundo estimativa do secretário, isso seria suficiente para superar o impacto das projeções de subida do nível do Guaíba nos próximos dias. A prefeitura, por meio da SMSurb e da Smoi, calcula que cerca de oito a 12 horas de trabalho bastariam para a realização dos eventuais trabalhos de ajuste necessários no corredor humanitário, a depender das condições climáticas.
— Nossa prioridade era abrir esse novo acesso para os veículos de emergência e serviços essenciais, e rapidamente conseguimos fazer. Estamos acompanhando o funcionamento deste corredor de forma contínua, e na eventualidade de nova subida extraordinária do nível do Guaíba, já estamos prontos para fazer os ajustes necessários — reforça o secretário municipal de Obras e Infraestrutura, André Flores.
Funcionamento do corredor nos primeiros dias
O corredor de acesso à Capital para veículos de emergência e serviços essenciais foi liberado na noite da última sexta-feira (10). A EPTC estima que, desde o início da operação, cerca de 20 mil veículos já tenham trafegado pela via.
— Agentes da EPTC e da Polícia Rodoviária Federal estão monitorando o acesso ao corredor nos dois lados. Desde o início da operação, não tivemos nenhum incidente registrado no local — destaca Pedro Bisch Neto, diretor-presidente da EPTC.
Bisch Neto acrescenta que a prioridade de circulação no corredor é para caminhões com suprimentos, como água, alimentos, remédios, colchões e roupas. Além disso, o local é acesso para carros oficiais que transportam profissionais e voluntários que praticam serviços essenciais, como médicos, enfermeiros e agentes de segurança.
Conforme o diretor-presidente da EPTC, a estimativa é que o corredor de acesso a Porto Alegre tenha aliviado em até três horas a chegada dos veículos de emergência à Capital, que agora podem vir pela Freeway e não precisam mais trafegar pela RS-118.
— Todo acesso a Porto Alegre estava concentrado pelas vias da Zona Leste, passando principalmente pela RS-118, o que trouxe muita lentidão para aquela região. Com o novo corredor de acesso, os veículos de emergência, que trazem suprimentos e profissionais essenciais, agora têm uma via de acesso prioritária, o que também aos poucos alivia o congestionamento dos veículos do restante da população nas outras regiões — complementa o coronel Rogério Pereira Martins, comandante do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM).