O nível da água do Guaíba diminuiu neste início de quinta-feira (28), chegando a 2m84cm, no Cais Mauá — 16 centímetros abaixo da cota de inundação. De acordo com a Defesa Civil de Porto Alegre, a medição é das 11h30min. Embora tenha reduzido, o nível ainda está acima da chamada cota de alerta, atingida aos 2m50cm.
— O dia hoje amanhece com uma outra perspectiva. O Guaíba vem apresentando declínio bastante acentuado. Contamos que isso continue ocorrendo até pelo menos o próximo sábado — afirmou o coordenador da Defesa Civil da Capital, coronel Evaldo Rodrigues de Oliveira Júnior.
Na medição divulgada às 22h34min de quarta-feira, a água estava em 3m5cm, na mesma região. Às 4h30min desta quinta, chegava a 2m94cm e, às 5h30min, a 2m92cm.
Os números mostram uma diferença significativa em relação à tarde de quarta, quando o Guaíba alcançou 3m18cm, maior marca em 82 anos — superada em 1941, quando a água chegou a 4m75cm no Centro Histórico. Já há oito anos, quando houve a última grande enchente na cidade, o máximo registrado foi de 2m94cm.
Devido à elevação do nível do Guaíba, as comportas que compõem o sistema de proteção contra inundações foram fechadas — as duas últimas na terça.
Moradores seguem fora de casa
Embora o nível esteja baixando desde a quarta-feira, diversas famílias seguem fora de casa em Porto Alegre, principalmente na região das Ilhas. A medição na Ilha da Pintada, na manhã de quarta-feira, indicava que a água extrapolava em 72 centímetros a cota de inundação no local.
Na manhã desta quinta, conforme atualização da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), 166 pessoas estão em abrigos da Capital. Dessas, 73 estão no Ginásio do Demhab, no bairro Santana, 65 na Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem, na Ilha da Pintada, 16 na Escola Estadual Custódio de Mello, na Vila dos Sargentos, e 12 no Instituto Educacional São Francisco, na Ponta Grossa.
Segundo a prefeitura, alguns moradores que estão no ginásio e no instituto vieram da Escola Estadual Alvarenga Peixoto, que servia de abrigo, mas precisou esvaziada em decorrência da enchente.
Na quarta, a Defesa Civil de Porto Alegre registrou cerca de 80 ocorrências. Dessas,65 referiam-se a remoção em áreas de risco.
— As equipes continuam de prontidão. E vamos atuando no restabelecimento dessas regiões de forma que as pessoas possam, num curto espaço de tempo, retomar as suas rotinas — destacou o coordenador da Defesa Civil da Capital.