Foram quase dois anos de espera, mas enfim, o dia de viajar chegou. Moradora da Restinga, no sul da Capital, a estudante Kauane Santos de Oliveira, 19 anos, passou duas semanas em um curso de verão na universidade de Cambridge, no Reino Unido. A imersão nos prédios históricos da instituição foi durante o mês de agosto.
Mas, desde 2020, a jovem sabia que tinha conseguido essa oportunidade. Em outubro daquele ano, GZH contou como Kauane havia sido selecionada para o curso de verão na em Cambridge.
— Foi um sonho se tornando realidade todo dia. Cambridge é um local histórico, os prédios parecem castelos. E todos os dias eu estava morando e estudando nestes castelos — lembra Kauane.
A aprovação veio depois da guria ter sua redação escolhida num concurso de textos da universidade inglesa. Os candidatos deviam escolher um tema para a redação. O assunto devia ter ligação com área de interesse do estudante, assim como o curso de verão que será realizado durante duas semanas, entre os meses de julho e agosto de 2021. Por afinidade, Kauane escolheu a engenharia, pois pretendia cursar o ensino superior na área. O texto de 500 palavras escrito em inglês foi selecionado como um dos vencedores.
Depois disso, veio a jornada para conseguir viajar. A bolsa oferecida por Cambridge cobria 20% dos custos na instituição. Kauane ainda precisava de valores para cobrir o restante do valor do curso, as passagens e outros custos. Eram cerca de R$ 30 mil que separavam o sonho da realidade. Junto com a reportagem publicada no DG, a estudante criou uma vaquinha online. Nas primeiras duas semanas, foram quase R$ 20 mil arrecadados.
— Depois, ficou mais difícil. Mas, em dezembro de 2020, eu recebi o convite do site que hospeda as vaquinhas para estar entre os projetos de educação da plataforma. Em maio do ano passado, por coincidência no dia do meu aniversário, eles informaram que iam completar o valor que faltava, cerca de R$ 2,5 mil — recorda Kauane.
Pandemia
Com o avanço da pandemia de coronavírus por 2021, o sonho precisou ser adiado. A viagem que ocorreria em agosto daquele ano precisou ser remarcada. Remarcada para 2022, a viagem e o curso enfim aconteceram:
— A espera foi uma mistura de ansiedade com o sentimento de que aquilo não era verdade. Parecia algo muito distante da minha realidade, estudar do outro lado do mundo. Só quando chegou o dia a ficha caiu.
Além da experiência de estudar em Cambridge, Kauane recorda os espaços históricos que visitou na universidade e em outros pontos do Reino Unido, como Londres. No campus da universidade, conheceu o famoso clone da árvore que dispendeu uma maçã em Isaac Newton e o fez dar pensar na concepção das suas famosas leis da física. O laboratório onde foi descoberto o DNA e o espaço onde Charles Darwin estudou também estiveram no roteiro.
Nas redes sociais, Kauane ainda compartilhou cliques em pontos famosos como o Palácio de Buckingham, as cabines telefônicas inglesas e a estação King's Cross, onde fica a famosa plataforma 9 3/4 dos filmes e livros do bruxo Harry Potter:
— Além de Cambridge, também pude visitar Oxford, outra instituição de ensino tão histórica quanto aquela onde eu estava estudante. Foi sensacional, muito mais do que eu esperava para um curso de verão.
Mudança nos planos
Se em 2020, Kauane pensava nos caminhos da engenharia para o Ensino Superior, as Relações Internacionais ganharam seu coração.
— Na época (do concurso para Cambridge) eu tinha certeza que gostaria de cursar engenharia, tanto é que quando tive a oportunidade de mudar de curso, optei por seguir a minha escolha inicial — recorda ela.
Mas, conforme a moradora da Tinga, hoje a nova área lhe atraiu e ela até prestou vestibular na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e recentemente foi aprovada no curso de Ciências Sociais da universidade:
— Fui aprovada agora para o segundo semestre. Se der tudo certo início ainda este ano.