Porto Alegre

No Instituto de Artes

Escorpião amarelo volta a ser encontrado em Porto Alegre, agora, em prédio da UFRGS

Universidade foi notificada para contratar empresa para controle de pragas 

Bibiana Dihl

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Cristine Rochol / PMPA/Divulgação
Ártrópode pode ter até sete centímetros

A Vigilância em Saúde de Porto Alegre registrou novos casos do aparecimento do escorpião amarelo na Capital. Nas últimas semanas, o escorpião foi visualizado seis vezes no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), na Rua Senhor dos Passos, no Centro.

No dia 18, enquanto a Vigilância em Saúde fazia uma capacitação com professores e servidores, um animal foi visualizado e capturado por um funcionário. A UFRGS foi notificada há cerca de 15 dias para fazer a contratação de uma empresa para o controle de pragas e, conforme a Vigilância em Saúde, está realizando o processo. 

Segundo a assessoria de imprensa da universidade, nos primeiros aparecimentos do escorpião amarelo, a instituição comunicou o fato à Vigilância em Saúde da prefeitura. Entre as recomendações do órgão à universidade estavam a realização de palestra sobre cuidados que devem ser tomados pela comunidade — duas foram realizadas.

A universidade também explica que já ocorreu a contratação de uma empresa em caráter emergencial para aplicar veneno nas áreas apropriadas, no caso, o Instituto de Artes e o de Artes Dramáticas, na mesma região. A ação está prevista para 1º de junho e, depois disso, o prédio precisará ficar fechado por três dias. No contrato com a empresa, está inclusa uma série de vistorias mensais dos prédios — entre junho e outubro. A UFRGS também divulga palestras mensais e por e-mail sobre cuidados que a comunidade acadêmica deve tomar. Antes da aplicação do veneno, também será feita nova palestra sobre questões de segurança. 

Um prédio que fica na região também teve o registro de aparecimento do escorpião amarelo nas últimas semanas. O animal foi avistado ainda no bairro São Geraldo, em Quinta do Portal (Lomba do Pinheiro), na Rua João de Magalhães, nas proximidades da Assis Brasil (Passo D'Areia), e na região da Ceasa (Anchieta).

Conforme a bióloga Fabiana Ninov, da coordenadoria geral da Vigilância em Saúde de Porto Alegre, o escorpião amarelo é altamente venenoso e  pode ser fatal, principalmente em crianças. Em caso de picadas, a orientação é procurar o Hospital de Pronto Socorro, onde há profissionais capacitados para a aplicação do soro antiescorpiônico. Também é importante contatar a Vigilância em Saúde pelo telefone 156, opção 6, e tentar matar o escorpião — sempre com um calçado fechado para evitar a picada.

Os inseticidas não são eficazes no combate, embora existam empresas de controle de pragas que façam esse trabalho. O animal se reproduz sem necessidade de acasalamento, o que facilita o aparecimento e a proliferação. O escorpião amarelo gosta de lugares úmidos, escuros e onde haja baratas, que servem como alimentos – por isso, é importante que as casas sejam mantidas limpas.

— Estamos fazendo este trabalho de prevenção, conversando com os moradores onde o escorpião amarelo, mas é preciso que todos saibam reconhecer. Por isso, também, estamos criando um site que deve ser colocado no ar nos próximos dias — explica.

Todos os enfermeiros da atenção primária em saúde de Porto Alegre estão sendo capacitados para reconhecer o acidente com o escorpião amarelo. O principal sintoma é a dor intensa no local da picada, mas a dor se espalha depois para o resto do corpo. Dependendo da idade, outros sintomas aparecem, como vômitos e queda de pressão. 


Qual o perigo da picada?

A picada do escorpião amarelo pode levar à morte, mas as reações dependem da quantidade de veneno inoculado e do organismo da vítima. Em geral, gera dor local intensa, que tende a se alastrar para o resto do corpo, com possibilidade de tontura, náusea, taquicardia e desmaios. A bióloga relata que mais de 90% das pessoas infectadas sobrevivem, mas crianças, idosos e pessoas com o organismo fragilizado por alguma doença correm mais risco.

O que fazer se fui picado?

Em Porto Alegre, a recomendação é ir direto ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde há o soro antiescorpiônico. Não se recomenda fazer torniquete ou algo parecido. A única medida caseira que pode ser tomada antes é lavar com água e sabão, segundo Fabiana.

O que fazer para evitar o animal?

O escorpião entra nas casas em busca de baratas, então deixar a sua residência sempre limpa é importante. Nos pátios, eles se escondem no meio de entulhos, por isso não acumule lixo e restos de materiais de construção. Fabiana acrescenta que o animal gosta de se esconder em lugares escuros. Podem entrar em sapatos, armários, frestas das paredes, encanamentos, embaixo de sofás, entre toalhas e cortinas. Usar telas nos ralos também é uma dica.

Se encontrei um escorpião, como procedo?

A indicação é matar o animal, preferencialmente usando um instrumento rígido, com haste longa, para não chegar perto. Tente esmagá-lo o máximo possível, uma vez que é resistente. Se você decidir pisar nele, não o faça com calçado aberto. Não é aconselhável usar inseticida para combater os escorpiões, pois deixa ele mais nervoso e agressivo, segundo Fabiana. 

Também é essencial ligar para o 156, para que a Vigilância em Saúde vá até o local fazer a busca e a orientação às pessoas.

O escorpião amarelo é a única espécie na cidade?

Não. O mais comum em Porto Alegre é o escorpião preto (Bothriurus bonariensis), que não é considerado de importância médica. Seu veneno é pouco tóxico e, quando pica, pode causar dor local ou reações alérgicas.


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