Circular pela calçada do Hospital Conceição, na Avenida Francisco Trein, não é tarefa fácil para Celina dos Santos Krüger, de 82 anos. Por conta da dificuldade de locomoção, fruto de desgaste nos joelhos, a aposentada precisa da ajuda de um andador para se locomover pelos passeios públicos do bairro Cristo Redentor, na zona norte de Porto Alegre.
Quando vai até a banca comprar jornal, Celina precisa fazer manobras para evitar os buracos da calçada e transpor o obstáculo maior: um buraco de aproximadamente dois metros de comprimento e sabe-se lá quanto de profundidade.
— Preciso esperar os ônibus passarem e desviar do buraco para chegar do outro lado. Além de tudo tem muito buraco na calçada, tá tudo atirado aqui — reclama.
Celina compra seu jornal na banca das irmãs Maria de Lourdes e Joeci Giovanaz, que fica em frente ao Hospital Conceição. Para as irmãs, que há oito anos são proprietárias do comércio, o mais difícil é conviver com o mau-cheiro de esgoto, que embaixo da cratera.
— O pior é o fedor e os ratos. Tem cada rato que parece um porquinho. E é perigoso para as pessoas passarem também — conta Joeci.
Segundo ela, desde o início das obras de expansão do Hospital Conceição, o entra e sai de caminhões fez com que a cratera aumentasse de tamanho.
O Grupo Hospitalar Conceição (GHC) afirma que o conserto do buraco é de responsabilidade da prefeitura e que, no local, há problemas de erosão e esgoto à mostra. Conforme a gerente de engenharia do GHC, Isar Perelman Rosenberg, desde fevereiro foram abertos três protocolos. Ela acrescenta que a resposta que receberam do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) foi "vistoria feita, não foi encontrada irregularidade". Segundo o GHC, o terreno localizado na esquina da Francisco Trein com a Rua Umbú passa por obras para a construção dos centros de hematologia e oncologia e de uma nova subestação de energia para o Hospital Conceição.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura e aguarda um retorno sobre o assunto.