O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, homologou nesta terça-feira o Estudo de Viabilidade Urbanística (EVU) das obras do Cais Mauá. O documento reúne informações sobre impacto ambiental e de mobilidade urbana do projeto de revitalização.
De acordo com o coordenador do Gabinete de Desenvolvimento e Assuntos Especiais (Gades), Edemar Tutikian, devem ocorrer mais três etapas para o começo das obras: a liberação da licença prévia pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, com orientações para a fase final, o protocolo dos projetos de restauro dos armazéns (previsto para a primeira fase dos trabalhos) por parte da empresa e a liberação da licença de instalação, que autoriza o começo das obras. Tutikian afirma que o governo municipal trabalha para fornecer essa licença ainda neste ano.
– Os projetos já foram muito discutidos, então esperamos que venham praticamente corretos – relata.
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Encaminhado à prefeitura pela Cais Mauá do Brasil em dezembro do ano passado, o EVU foi apreciado pela Comissão de Análise Urbanística e Gerenciamento (Cauge) ainda em março, quando o órgão pediu mais de 40 alterações ou esclarecimentos. Ele foi apreciado pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental no dia 1º de novembro, recebendo 24 votos favoráveis, 2 contra e uma abstenção.
Uma das representantes do Movimento Cais Mauá de Todos – crítico ao projeto – Jacqueline Custódio, declarou na semana passada à ZH que os conselheiros optaram por não dar voz aos questionamentos levantados pelo grupo, destacando que não há necessidade de construir um shopping no local.
A construção, manutenção e restauração do local compreendem os 16 armazéns, localizados entre a Estação Rodoviária e a Usina do Gasômetro. Os prédios terão bares, restaurantes, lojas, estabelecimentos culturais e prédios comerciais. O investimento na primeira fase de obras será de R$ 150 milhões. A segunda etapa custará R$ 750 milhões. A Cais Mauá do Brasil irá administrar a área por 25 anos, mas o contrato poderá ser renovado por igual período.
Em maio, um levantamento feito por ZH mostrou que o grupo que venceu a concorrência para a revitalização do local devia pelo menos R$ 1,29 milhão a fornecedores e ao poder público. Através da assessoria de imprensa, a empresa declarou que está com tudo em dia e que os recursos para a primeira fase já existem, basta apenas a obtenção formal das licenças.