Três anos e sete meses depois do começo das obras da trincheira da Rua Anita Garibaldi, o motorista Alexandre dos Santos Bonifácio, 29 anos, comemora o fato de, finalmente, conseguir enxergar através da passagem subterrânea sob a Terceira Perimetral.
– Agora consigo olhar do outro lado. Há uma luz no fim do túnel – diz.
Prevista para ficar pronta antes da Copa de 2014, a obra que promete evitar congestionamentos em um cruzamento onde circulam 75 mil veículos por dia deve terminar dois meses depois da Olimpíada. A prefeitura anunciou, neste mês, que ela deve ser entregue até o final de outubro, conforme os engenheiros responsáveis.
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Os trabalhos começaram em janeiro de 2013, já com 11 meses de atraso, e tiveram problemas como a descoberta de uma rocha que exigiu um aditivo ao contrato e a substituição da empresa que vinha fazendo a construção em função do ritmo lento, de acordo com a Secretaria de Gestão.
Com cerca de 90% da obra concluída, agora faltam serviços de acabamento, colocação das lajes de concreto da pista, sinalização e iluminação do trecho.
Mesmo esperançosos com a conclusão dessa novela, os moradores não perdoam a demora. A empresária Idelurdes Bernardes dos Santos, 60 anos, destaca que a espera foi cansativa e desgastante, e que hoje questiona se o objetivo da obra vai ser atingido, pois as características do trânsito já são outras.
O jornalista Giordano Tronco, 25 anos, fez parte de um grupo de moradores que se mobilizou contra a obra, e demonstra preocupação com os efeitos da liberação da trincheira nos entornos: cita a Avenida Engenheiro Alfredo Correa Daudt como um gargalo em potencial.
O investimento na estrutura, com 210 metros de extensão, é de R$ 13,4 milhões.