O governo do Estado repassa à prefeitura de Porto Alegre, nesta sexta-feira, a área necessária para a conclusão da obra do viaduto São Jorge, na Terceira Perimetral, zona leste da cidade. O terreno, que pertence à Brigada Militar, permitirá a abertura de uma nova rua, com aproximadamente 70 metros. A obra, prevista para a Copa do Mundo de 2014, será feita pelo Consórcio Nova Bento, vencedor da licitação, com investimento total de R$ 79,4 milhões.
A área cedida será utilizada para o alargamento da via lateral ao viaduto, no sentido norte-sul, e abertura de rua para quem se desloca da Zona Norte pela Terceira Perimetral com destino à Zona Leste pela Avenida Bento Gonçalves. A primeira etapa do viaduto foi entregue no dia 26 de março de 2015, apesar de estar prevista em projeto há cinco anos. Ao todo, 11 terrenos estaduais ainda precisam ser liberados para a prefeitura de Porto Alegre, em negociações que envolvem sete órgãos diferentes.
- Essas negociações vêm desde o governo do Tarso (Genro). Estamos avançando. Aquela obra (o Viaduto da Bento) está 98% pronta. Só faltam as alças - pondera o vice-prefeito Sebastião Melo, que coordena as negociações pelo município.
Segundo o vice-prefeito, as conversas para liberar as áreas tiveram início após a contratação das obras, ainda em 2010. À época, a intenção da prefeitura era viabilizar as doações por meio de compensações de dívidas do Estado com o município - passivos da Susepe e da Ceasa foram postos na mesa. Mas entraves burocráticos arrastaram a resolução das questões.
- Houve burocracia de todo o jeito. A Brigada puxava para um lado, a CEEE puxava para outro. Mas todos esses órgãos são subordinados a um poder maior, ao governador do Estado. Faltou vontade política - avaliou Melo.
Secretário de Planejamento do governo Tarso Genro à época das primeiras tratativas, João Motta admite o fracasso da antiga gestão em "destravar os nós", mas diz que não houve intenção política de dificultar as doações:
- Sempre teve, por parte do Estado, uma decisão de viabilizar os encaminhamentos. Mas para tudo que implica dívida ou renúncia de receita, vários órgãos têm que dar pareceres e decisões técnicas, e isso leva um tempo que, muitas vezes, chega a ser insensato. Tínhamos uma força-tarefa pra fugir da burocracia, mas não é fácil - defendeu o ex-titular do Planejamento.
Veja as obras previstas para a Copa que ainda não terminaram:
* Outras duas áreas do Estado estão previstas para obras, mas passam por reavaliação: um terreno na Avenida Júlio de Castilhos e outro na esquina da Avenida Voluntários da Pátria com a Rua Almirante Barroso