Um sargento do Batalhão de Operações Especiais (BOE) e um soldado do 21º BPM, que atua na Zona Sul de Porto Alegre, foram afastados hoje de suas funções na Brigada Militar. Eles, e mais um sargento já aposentado, são os alvos da Operação Zumbi, desencadeada na manhã desta segunda-feira, como parte de uma investigação que apura o uso indevido de dados de pessoas já falecidas a partir do sistema de Consultas Integradas, para a abertura de empresas e compras nos nomes delas.
A ação conjunta entre a Corregedoria da Brigada Militar e a Promotoria Especializada Criminal, do Ministério Público, cumpriu quatro mandados de busca e apreensão nas casas dos policiais e de parentes deles que teriam se beneficiado da fraude. Foram apreendidos documentos e material de armazenamento de dados.
A investigação, que ainda prossegue, apurou que entre 2011 e 2012, os policiais acessaram dados de pelo menos 50 pessoas mortas - a maioria em acidentes de trânsito - e, nos nomes dessas vítimas, adquiriam bens, abriam contas em bancos e empresas. O serviço de inteligência da Receita Federal rastreou a fraude.
- São policiais que atuam nas salas de operações dos seus batalhões, portanto, não houve falha no acesso deles ao sistema, mas um uso indevido que deverá ser penalizado - aponta o major Fernando Gralha Nunes, da Corregedoria.
O Ministério Público investiga os crimes de falsidade ideológica, falsificação de documentos e estelionato. Ainda não há precisão sobre o tamanho do prejuízo deste esquema.
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