Porto Alegre: Espelho d'água do Largo dos Açorianos continuará seco

O cenário de um dos pontos turísticos mais conhecidos de Porto Alegre está pela metade. Hoje, só há montanhas de lama e mato crescendo no que até o início de abril era o espelho d'água do Largo dos Açorianos. A promessa inicial da Secretaria de Meio Ambiente (Smam) era finalizar o trabalho de limpeza dos 6,6 mil metros quadrados em até 40 dias, mas isso não ocorrerá.

Em 19 de fevereiro, o Diário Gaúcho mostrou a situação de abandono do local. Sem drenagem do lago há 15 anos, o espelho de 1,25cm de profundidade tinha virado um depósito de lixo. Quatro secretarias - Smam, Dmlu, DEP e SMC - uniram-se para revitalizar a área. Em dezembro de 2014, o Dmlu e a Smam iniciaram uma revitalização do Largo. O Dmlu coletou o lixo na borda do lago e, com auxílio de uma embarcação, removeu resíduos superficiais na água. Enquanto a Smam promoveu poda na vegetação e capina.

Mas a manutenção maior, prometida para fevereiro, só começou em 2 de abril, quando a água foi dragada do local. Em seguida, técnicos da equipe de fauna silvestre da Smam recolheram 170 litros de água com centenas de peixes de pequeno porte e até um pintado de 30cm, que foram devolvidos ao Guaíba. Restaram cerca de 2 mil metros cúbicos de lodo do lago para serem retirados pelos funcionários do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU). E foi esta etapa que acabou atrasando a obra. O lodo retirado por retroescavadeira está sendo colocado nas bordas do lago para secagem. Este processo é necessário para não sujar a cidade. As montanhas de terra estão sendo levadas para a Unidade de Transbordo da Lomba do Pinheiro e, posteriormente, para o Aterro de Minas do Leão.


Etapas

Segundo a Smam, junto com a remoção da lama, está sendo realizado o levantamento de dados topográficos da área. É apenas a primeira etapa da revitalização do lago e da ponte de pedra. A próxima será a análise das condições estruturais da ponte. Por isso, a Smam não dá uma data para o antigo lago voltar a ter água.

Por enquanto, o funcionário público aposentado Valmir Mioso, 67 anos, que passa pelo menos quatro vezes ao dia pelo local deixará de admirar o cenário favorito dele na cidade. 

- Como morador, fico envergonhado quando vejo um turista visitando este lugar. A imagem de Porto Alegre não será a mesma enquanto o Largo não estiver totalmente recuperado - comentou Valmir. 

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