
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta sexta-feira (5) o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal. Segundo ele, a economia do Brasil "não vai quebrar" porque a gestão tem compromisso com o cumprimento das metas estabelecidas e em cuidar do povo.
— Não adianta tentar criar caso comigo. Não adianta falar de responsabilidade fiscal. Se tem uma coisa que eu aprendi com a Dona Lindu foi responsabilidade fiscal. Cuidar do meu pagamento, salário e família. E hoje minha família é o Brasil. São 213 milhões de filhos que temos de cuidar, e só vai dar certo se a economia estiver arrumada — comentou.
— Se a gente fizer como aquela pessoa que joga dinheiro fora pelo cartão de crédito, a economia vai quebrar. No meu governo, não vai quebrar porque temos responsabilidade de cuidar desse país — afirmou.
As declarações ocorreram durante cerimônia de inauguração do Edifício Acadêmico e Administrativo da Escola Paulista de Política, Economia e Negócios (EPPEN - Unifesp) em Osasco, São Paulo. No discurso, Lula rebateu as críticas que recebeu nos últimos dias na imprensa por "falar demais" e causar uma disparada do dólar.
— Que bom que eu falo demais, porque houve um tempo que eu não falava — rebateu o petista, lembrando que a criação do PT era para dar "vez e voz" aos trabalhadores.
Diante das críticas recebidas, Lula disse que não adianta tentar "atrapalhar" sua vida ou prejudicar os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Educação, Camilo Santana.
— Tenho consciência de que eu não sou eu, eu sou vocês. Então isso que dá força para gente consertar esse país — afirmou.
Na esteira de rebater as acusações de irresponsabilidade da gestão, Lula voltou a garantir que não vê recursos voltados à educação como "gasto".
— Podem não gostar, mas vamos investir na formação das pessoas — disse.
O presidente também aproveitou a fala para rebater as cobranças que recebeu do público presente no evento. O edifício inaugurado nesta manhã já consumiu investimentos de R$ 102 milhões, mas a obra ainda não está concluída e o petista foi cobrado por uma aluna. De acordo com a estudante, está sendo inaugurada apenas metade da obra.
— A obra não está concluída. O que está sendo inaugurado hoje é apenas metade da obra. Faltam moradias estudantis, restaurantes e auditórios. A universidade não é verdadeiramente nossa, do corpo dissente apenas 8% são de alunos negros. Temos de trabalhar com a realidade — disse a aluna.
Lula, porém, afirmou que, muitas vezes, os movimentos sociais "reivindicam cem coisas e atendemos 99".
— Quando vamos ao ato público para anunciar, ao invés de o companheiro dirigente sindical começar o discurso agradecendo as 99, vai reclamar de uma que não foi atendida — criticou.
O presidente citou a importância do direito de reivindicar, mas disse que o Brasil ficou "parado" por muitos anos. Em crítica à gestão Jair Bolsonaro, mas sem citar o nome do ex-presidente, Lula disse que houve irresponsabilidade do governante e dos ministros da Educação. Diante disso, o chefe do Executivo disse ter "consciência do atraso" do Brasil.