Após participar da cerimônia de posse da ex-presidente Dilma Rousseff no Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do Brics, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reuniu-se também nesta quinta-feira (13), em Xangai, com o CEO da empresa de veículos elétricos BYD, Wang Chuanfu. A companhia chinesa negocia uma fábrica de automóveis elétricos em Camaçari, na Bahia.
Na reunião, acompanhada por ministros e governadores que estão na comitiva, o CEO da empresa falou sobre as políticas locais que permitiram o desenvolvimento, na China, de uma indústria de veículos elétricos, tanto de carros de passeio como de ônibus de transporte público. O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, também participou do encontro.
Rodrigues chegou à China antes da comitiva de Lula e visitou, no domingo (9), duas fábricas da BYD — uma que produz carros elétricos e outra que faz ônibus elétricos. As duas unidades produzem mais de 400 mil veículos por ano.
— Vamos batalhar para levar essa indústria para Bahia — declarou o governador.
A empresa chinesa negocia com a Ford para assumir a planta industrial da montadora americana no polo industrial de Camaçari.
Visita à Huawei
Antes do encontro com o CEO da BYD, a comitiva brasileira visitou um centro de pesquisa e desenvolvimento da Huawei, também em Xangai. Durante a visita, Lula e a primeira-dama, Janja, experimentaram um óculos de realidade virtual da companhia de tecnologia.
De acordo com Renato Cruz, professor do centro universitário Senac e especialista em tecnologia, a Huawei tem posição de destaque no mercado de infraestrutura de telefonia celular. A companhia chinesa atua no Brasil há 25 anos.
Segundo o diplomata Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil em Londres e Washington, a importância da Huawei no mercado de tecnologia brasileiro recai principalmente nos setores de telecomunicações e inteligência artificial.
— A infraestrutura das teles aqui no Brasil em grande parte está com a Huawei. Essa empresa tem uma importância em avanços na área do 5G e da inteligência artificial — afirmou.
A empresa é uma gigante da tecnologia. Fabricante de equipamentos de telecomunicações, obteve lucro líquido de US$ 5,1 bilhões no ano passado. Um valor expressivo, mas 68,7% de recuo na comparação com o ano anterior. É justamente a pesquisa e o desenvolvimento os motivos apontados para a queda do lucro da companhia.
Ao divulgar esses números, recentemente, no fim de março, a companhia explicou que está investindo em pesquisa básica e inovação em áreas como inteligência artificial, armazenamento e compartilhamento de dados em nuvem, além de componentes automotivos e tecnologias de software.
— Tivemos aumento das despesas com pesquisas, mas acreditamos que esses investimentos vão se traduzir em ganho de competitividade no futuro com melhores produtos e soluções — destacou na época da divulgação o diretor de comunicação corporativa para América Latina, Michael Chen.