O presidente Jair Bolsonaro (PL) citou nesta terça-feira, 13, pela primeira vez fora da propaganda eleitoral, o benefício extra de R$ 200 para beneficiários do Auxílio Brasil que conseguirem emprego. Na peça publicitária que foi ao ar na TV na última quinta-feira, 8, a campanha do candidato à reeleição falou em conceder um benefício de R$ 800, a partir do ano que vem, para quem se empregar. Bolsonaro disse, contudo, que tudo será feito dentro do teto de gastos - a regra que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior.
"E mais ainda, quando é uma mulher, por exemplo, que é chefe de família, ganha R$ 1.200 por mês, e se essa mulher ou se esse homem, que está ganhando o Auxílio Brasil, caso venha a conseguir um emprego, ele não perde e Auxílio Brasil e ganha mais R$ 200 ainda", afirmou Bolsonaro, em entrevista ao Programa do Ratinho, no SBT, após reforçar que o benefício de R$ 600 vai se tornar permanente a partir de 2023 e que tudo está acertado com a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes.
"Com o Bolsa Família, o PT escravizava o pessoal. Se ele conseguisse um emprego, perdia o Bolsa Família. No nosso governo, ele não perde. Ou seja, é a saída para o emprego. Então, isso tudo, repito, dentro da responsabilidade fiscal. Você não vai ter aumento do dólar, cair Bolsa, ter problemas no mercado por causa disso, porque nós fazemos dentro do teto e dentro da responsabilidade", emendou o presidente.
Atualmente, o valor mensal do benefício está em R$ 600, mas o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) enviado pelo próprio governo Bolsonaro ao Congresso prevê recursos para um montante médio de R$ 405 no ano que vem.
A promessa de Bolsonaro de conceder R$ 200 a mais no Auxílio vem à tona após a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto, passar a estudar a concessão de um bônus de R$ 150 para crianças de até seis anos, além de outros adicionais aos beneficiários do programa social, antigo Bolsa Família.
Por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada em julho por deputados e senadores, o Palácio do Planalto conseguiu aumentar o Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 às vésperas das eleições, mas a medida só vale até o final deste ano. O governo promete tornar permanente o novo valor, mas ainda não indicou de que forma vai fazer isso seguindo as regras fiscais, como o teto de gastos.
Na entrevista ao SBT, Bolsonaro também voltou a dizer que é possível aprovar uma reforma tributária ainda neste ano e a afirmar que Lula vai perseguir padres e pastores se for eleito para o Palácio do Planalto. O candidato à reeleição ainda repetiu ataques indiretos ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Algumas pouquíssimas pessoas querem roubar nossa liberdade de expressão", disse.