Política

Distanciamento controlado

"A decisão foi técnica, não política", afirma secretário-chefe da Casa Civil sobre mudança em sistema de bandeiras

Artur Lemos argumentou que as alterações no modelo de distanciamento controlado foram baseadas em dados, e que o plano é um “organismo vivo”

GZH

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Para Artur Lemos, a decisão judicial apenas antecipou o debate

O anúncio do novo modelo de distanciamento controlado, feito pelo governo do Estado na última terça-feira (27), não foi imune a críticas. Antes mesmo da publicação do decreto que oficializou as novas medidas – como a inclusão de todo o Rio Grande do Sul em bandeira vermelha, sem sistema de cogestão, o que permitiria a retomada das aulas presenciais –, a decisão do Piratini foi apontada como forma de “burlar” decisões judiciais.

Em entrevista à Rádio Gaúcha, o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, argumentou que as alterações foram baseadas em dados, e que a interpretação do governo foi “técnica, não política”.

— Não houve “canetaço”. Não houve alteração da água para o vinho. Houve interpretação de que estamos em um período de melhora. É uma interpretação técnica, não política. É claro que a caneta é do político, mas Eduardo Leite toma decisões baseadas em números, em dados, e isso precisa ser respeitado. Foi respeitado na hora de fechar — afirmou Lemos durante o programa Gaúcha Atualidade.

O secretário também pontuou que o plano de distanciamento, que completa um ano no dia 10 de maio, quando novidades serão anunciadas pelo Piratini, é um “organismo vivo”, que sofre alterações conforme a realidade. De acordo com Lemos, o plano não foi abandonado pelo governo do Estado, que busca uma simplificação das regras, já prevista:

— A decisão judicial antecipou o debate. Agora, estamos em um período de transição, e até 10 de maio consolidaremos um plano eficaz. Não estamos em uma situação confortável, estamos em uma situação que inspira muito cuidado e isso não nos autoriza esticarmos demais a corda. Mas entendemos que o retorno das aulas é possível, sim, assim como foi em outras atividades. É falso acreditarmos que estamos salvando vidas apenas ao deixar escolas fechadas. E é uma falsa expectativa acreditar que as crianças ficarão em local melhor do que a escola.

Questionado sobre qual a garantia que o governo do Estado pode dar à sociedade de que não haverá alterações quanto à liberação das aulas presenciais nos próximos dias, o secretário afirmou não querer criar falsas expectativas.

— Os contrários não ficarão inertes, se insurgirão contra, e teremos ainda discussão judicial sobre o tema — afirmou.

Lemos não deu detalhes do novo modelo de distanciamento controlado, afirmando apenas que uma solução está sendo construída pelo Piratini.

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