O presidente Jair Bolsonaro assinou, nesta terça-feira (19), sua ficha de desfiliação do PSL. A expectativa é de que ela seja apresentada ainda nesta terça ao diretório nacional do partido e à Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro, domicílio eleitoral do presidente. O documento foi firmado em reunião de Bolsonaro com seus consultores jurídicos Karina Kufa e Admar Gonzaga, no Palácio do Planalto.
Na quinta-feira (21), o presidente lançará uma nova legenda, a Aliança pelo Brasil, e poderá assumir a sua direção nacional. A defesa de Bolsonaro apontou que não há impedimento legal para que acumule as funções.
— Isso aí é página virada. O PSL, quem quiser, fique com ele. O partido do presidente será outro e, com ele, certamente, virão os leais — afirmou Gonzaga nesta terça, em uma referência ao grupo de deputados e senadores que pretende se filiar ao novo partido.
Os deputados devem aguardar a criação da Aliança pelo Brasil para sair do PSL, evitando a perda do mandato por infidelidade partidária. Hoje, a legislação permite determinadas situações para desfiliação partidária em que o deputado ou vereador pode mudar de partido sem perder o mandato. Para os advogados do presidente, já há elementos para que os parlamentares bolsonaristas aleguem justa causa para deixar o PSL sem que percam os mandatos para os quais foram eleitos.
— Justa causa é o que não falta. O que se viu na postura do presidente do PSL e de todos aqueles que o acompanham é, justamente, uma flagrante falta de compromisso com a transparência e boa gestão do dinheiro público. E isso é inaceitável para o presidente (Bolsonaro) — disse o advogado.
Bolsonaro deverá estar na convenção inaugural da legenda. O evento também deverá decidir quem presidirá os diretórios regionais do partido. O do Rio de Janeiro deve ficar a cargo do senador Flávio Bolsonaro e o de São Paulo seria chefiado pelo deputado Eduardo Bolsonaro. Já o comando nacional, caso não fique com o próprio presidente, deve ser confiado a uma pessoa de sua total confiança. Um nome forte é o do deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP).
Na semana passada, o presidente anuncioua sua saída do PSL, sigla pela qual foi eleito, e a intenção de fundar uma nova legenda. A troca partidária é fruto de um longo desgaste com a sigla comandada pelo deputado federal Luciano Bivar (PE), a quem Bolsonaro se referiu como "queimado pra caramba".